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A chance de medalha é nula, mas quando iniciar na madrugada de amanhã a final individual geral por aparelhos no Mundial da Austrália, Mosiah Rodrigues terá garantido um resultado inédito para a ginástica masculina brasileira. Único atleta do país a disputar os seis aparelhos, ele conseguiu ontem a vaga para a decisão ao conquistar o 24.º (e último) lugar na classificação geral, com 51,187 pontos.

O primeiro colocado nos exercícios combinados foi o japonês Hiroyuki Tomita, com 57,223 pontos, seguido por seu compatriota Hisashi Mizutori (55,686). O espanhol Rafael Martínez terminou em terceiro (55,323).

O resultado – que surpreendeu o próprio ginasta, devolve status ao único representante masculino do país na Olimpíada de Atenas. A vaga foi conquistada por Mosiah juntamente no último Mundial, em Anaheim (Estados Unidos), em 2003. Ele obteve o 33.º lugar geral, mesma colocação assegurada um ano depois, na Grécia.

Apesar da participação solitária nos Jogos, aos poucos Mosiah foi tendo o seu brilho obscurecido por Diego Hypólito.

No ano passado, o ginasta apontado como a versão masculina de Daiane dos Santos venceu as cinco competições internacionais que disputou – quatro etapas de Copa do Mundo (Brasil, China, Escócia e Bélgica) e a grande final do torneio, na Inglaterra.

Nem mesmo uma contusão que o afastou dos exercícios por seis meses este ano tiro o favoritismo de Diego, em Melbourne. Mas a classificação obtida ontem para a final do solo dependeu mais da sorte do que do talento do brasileiro.

Após uma apresentação impecável, Diego falhou feio na sua última acrobacia ao pisar fora da área de exibição. Ele ainda conseguiu obter a nota 9,300, que lhe dava o oitavo lugar. Porém outros três ginastas ainda tinham suas apresentações a fazer.

O jeito então foi "secar" os concorrentes. "Ai, que horror gente", disse o brasileiro ao Uol Esporte. "Deus vai colocar isso na sua conta. Só hoje, pode", afirmou a presidente da Confederação Brasileira de Ginástica, Vicélia Florenzano.

A torcida contra deu certo e um a um dos ginastas acumulou falhas suficientes para uma pontuação inferior a do brasileiro. "Estava muito nervoso, como nunca fiquei em competições", revelou Diego. "Esse resultado foi muito bom para o Brasil, mostra a evolução do esporte em nosso país", comemorou a supervisora da CBG, Eliane Martins, sobre as duas presenças brasileiras na final.

Diego volta a competir no sábado. Antes do solo, o ginasta ainda disputou o salto sobre o cavalo, mas ficou sem a vaga na final.

Os outros brasileiros na Austrália, Danilo Nogueira e Adan dos Santos, tiveram desempenhos distintos. Nogueira conseguiu notas razoáveis nos quatro aparelhos que disputou, enquanto o estreante somou um fraco 6,875 no solo.

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