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Almanaque

- Foram 14 jogos no Joaquim Américo sem vitória paranista (oito derrotas e seis empates). Com o resultado de ontem, o Tricolor encerrou assim um jejum como visitante na casa do rival que vinha antes mesmo da construção da Arena, pois o time da Vila Capanema havia perdido uma partida também para o rival na antiga Baixada.

Foram muitas as vezes em que o torcedor paranista saiu da Arena cabisbaixo. Desde a inauguração do Estádio, em 99, o Paraná jamais havia vencido o Atlético lá. Ontem, foi o dia da redenção. O clima era o de sempre: estádio cheio, rivalidade a mil. O que mudou foi o resultado. Pela primeira vez, o Tricolor saiu do Caldeirão vitorioso.

Mas não foi por falta de luta que o Atlético caiu. Como de costume, o time começou pressionando. Ao abrir o placar, de pênalti, Alex Mineiro parecia estar desenhando mais uma vitória do Furacão sobre o rival na Baixada. Parecia. Depois da expulsão de Netinho, incontestável, foi o Paraná quem assumiu as rédeas da partida. Vadão tentou arrumar o time, mas deu azar. Ao colocar Rogério Corrêa em campo, o técnico mal sabia que ligara uma bomba-relógio.

Alex, pela direita, passou a deitar e rolar sobre a defesa atleticana. Zetti resumiu: "O jogo foi feito pro Alex". Pelo lado dele nasceram todos os gols paranistas. Atrás no placar, mas dono da vantagem no regulamento e com um a mais, o Tricolor até demorou a empatar. Méritos para Guilherme, que mesmo na fogueira, não tremeu. Ele, Marcão e Alex Mineiro não se entregaram em nenhum momento. Já Rogério Corrêa entregou até o terceiro gol que sepultou o tabu e as chances do Atlético.

Nem a expulsão de Beto mudou o quadro. E olha que apesar da chiadeira do Atlético, até ambos os times ficarem com 10 em campo, o placar era de 1 a 1. Claro, havia a vantagem do empate, mas havia também a bomba-relógio.

Héber Lopes, contestado pelo lado atleticano, terminou o jogo aos 49. Ali, começava a festa do Paraná. Teve de tudo, mas principalmente desabafos. Flávio, campeão do Brasil pelo Furacão, atacou a torcida da casa com xingamentos. Renan, ex-Coxa, disparou: "Queriam um Atletiba. Mas nós estamos aqui". Para o Atlético, restou juntar os cacos e olhar para o Atlético-GO, pela Copa do Brasil. Que, afinal, é a prioridade no ano, não é?

No Estadual, mais uma vez, é o Paraná contra um time do interior. Ano passado, a Adap não segurou o rojão. Desta vez, vem aí o ACP, o "terror da capital". São sete jogos e nenhuma derrota para times de Curitiba. Como em 2006, quando voltou a mandar no Estado, o Tricolor, iniciou neste domingo um novo tempo. Seqüência de uma era que já pôs o time na Libertadores, quebrou um jejum de nove anos sem taça e um tabu histórico. Um tempo em que Atlético e Coritiba tem no Paranavaí a esperança de evitar uma conquista paranista. Um novo tempo, apesar dos perigos, diria o cancioneiro.

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