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Novo caso

Juvenil também cai antidoping

Agência Estado

São Paulo - Os casos de doping no atletismo brasileiro não param de aparecer, afetando até mesmo as categorias juvenis. Ontem, a Confederação Brasileira (CBAt) divulgou que a atleta Jenifer do Nascimento Silva, de apenas 18 anos, foi flagrada com a substância proibida Isometepteno, um vasocontritor comum em remédios para dor e também presente em estimulantes, durante exame realizado em etapa do Circuito Caixa de Juvenis, no dia 12 de abril, em Uberlândia (MG). A entidade explicou que, como se trata de "substância específica" e essa foi a primeira infração da atleta, será aplicada apenas uma pena de advertência e determinada a desclassificação no evento.

Outros dois casos devem ser revelados em breve. A CBAt estaria aguardando para fazer o anúncio, porque há chance de que pelo menos um tenha resultado final negativo. A entidade não confirma, mas em um deles o atleta em questão seria reincidente e, assim, correria o risco de exclusão do esporte.

Ainda ontem, a CBAt anunciou oficialmente o doping de João Gabriel dos Santos Souza, cujo resultado positivo já tinha vazado no dia anterior. O atleta abriu mão da confidencialidade, permitindo a divulgação pela entidade, e pediu a realização da contraprova.

São Paulo - A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) deverá investigar mais um caso de doping sistemático surgido no país. Depois do estouro do maior escândalo da história da modalidade no Brasil, com os cinco testes positivos de atletas que treinavam em Presidente Prudente, as provas de fundo poderão entrar na mira da entidade.

O fundista Daniel Lopes Ferreira, 41 anos, testou positivo para anfetamina em exame realizado durante a segunda etapa do Circuito de Corridas Bradesco, em agosto deste ano, em Bauru. O atleta confessou que ingeriu a substância por meio do suplemento alimentar Shotgun V3, mas fez questão de afirmar que outros competidores também participaram do esquema.

"É um suplemento novo. Passei a me sentir bem nos treinos. Indiquei para outros amigos também. Pelo menos outros quatro atletas estavam tomando", afirmou Ferreira.

"A minha mulher (a atleta Fabiana Cristina da Silva) só não usou porque estava machucada e sem treinar", disse.

Segundo o fundista, o suplemento era adquirido pela internet e foi indicado pelo atleta José Magno, que passava uma temporada no sítio do treinador Luis Antônio, em Taubaté.

"Ele (Magno) mentiu e disse que fez o teste várias vezes e nunca tinha sido pego. Na verdade, ele tomou diversas vezes o suplemento, mas teve a sorte de nunca ter feito (o exame)", disse Fer­­nandes.

O sítio serve de albergue para os atletas de provas de fundo e tem uma grande rotatividade de competidores.

"Não os acompanho em relação às vitaminas. Por eu ter sido atleta, sei que todos tinham de tomar cuidado com esse negócio, do que comprou e vai tomar", advertiu Antonio.

Fernandes era patrocinado pelo Bradesco e deve perder o apoio da instituição.

"Vou aguardar a notificação da CBAt para avisar o Bradesco", disse Lauter Nogueira, diretor de prova do circuito Bradesco e que passava treinamentos para Fernandes por e-mail.

"Muitos devem ter feito e continuam fazendo (uso de substâncias proibidas). Chegou a hora de a CBAt lançar mão de um sistema em que os próprios atletas possam indicar quem deve fazer o teste. Ou então investir em testes fora de competição", completou Nogueira.

Fernandes é reincidente. Ele foi suspenso em 2003 por uso de metiltestosterona. Agora, o atleta pode ser banido do esporte pela CBAt. A reportagem tentou entrar em contato com Magno, que não foi localizado.

Em agosto, cinco atletas da equipe Rede, de Presidente Pru­­dente, foram flagrados por uso de eritropoietina. Eles injetaram a substância por indicação de seus treinadores.

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