Fontes de receita não avançam e Paraná já admite negociar Murilo

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Não há clube no futebol brasileiro que resista financeiramente sem a venda de jogadores. A frase é batida e velha conhecida entre dirigentes e torcedores e, embora se busquem outras alternativas antes de uma saída de um bom jogador de uma equipe, as vendas acabam sendo a forma mais rápida de capitalizar. Refém desta realidade, o Paraná Clube já admite mudar o discurso de não se desfazer de ninguém e negociar o lateral-direito Murilo.

Na reunião com o procurador do ala, Gianfranco Petruzziello, o presidente eleito do Tricolor, Aquilino Romani, abriu o jogo e não fechou as portas para uma negociação, apesar do desejo de todos seja pela permanência do lateral-direito até 2011, período do vínculo de Murilo com a equipe de Vila Capanema. Todavia, os aguardados recursos do grupo de investimento liderado por Renato Trombini não têm data para chegarem e, diante de renovações pontuais, o Paraná abre todas as possibilidades.

"Não falamos em valores, mas o presidente me disse estar aberto a propostas. Sondagens tanto ele quanto eu já recebemos pelo Murilo, mas nada de oficial chegou. A ideia da direção é montar uma equipe forte, porém ninguém é inegociável. Se pintar algo dentro do razoável eu vejo alguma possibilidade de negociação, já que o clube também precisa de receita. Para o jogador, que não é nenhum garoto, é o momento para sair", disse Petruzziello, por telefone, à Gazeta do Povo.

A confirmação das dificuldades que o Paraná vêm enfrentando quanto o assunto é tratar de renovações veio do novo vice-presidente de futebol do clube, Aramis Tissot. As conversas com empresários e clubes dos jogadores que interessam estão em andamento, porém o dirigente se vê diante de uma incerteza de quanto e quando terá à disposição para tratar destes novos acordos. As dificuldades já existentes, segundo Tissot, devem prosseguir.

"Está tudo meio amarrado ainda. A falta de dinheiro é o maior empecilho. Temos um valor para receber a partir de janeiro, vindo do grupo de investimento, mas temos que tentar adiantar alguma coisa", explicou. Ao mesmo tempo que os dirigentes paranistas buscam receitas em Curitiba, o agente de Murilo viaja na próxima semana para a Europa atrás dos números que possam agradar e ajudar o Paraná em 2010. "Ele tem mercado no Brasil, mas acho que nenhum clube teria o valor que poderia satisfazer o clube. Estamos trabalhando com exterior neste momento", completou Petruzziello.

O Tricolor também corre atrás de dinheiro para os encargos no fim de ano para o elenco e funcionários. Durante a última semana, a falta do pagamento dos direitos de imagem de atletas do Paraná deixou os ânimos bastante acirrados.

Novo acordo com LA Sports também passa por dinheiro

Segue em andamento a reaproximação da LA Sports com a diretoria do Paraná para a manutenção da parceria em 2010. O primeiro nome da empresa a renovar com o clube seria o goleiro Zé Carlos. Entretanto, este e todos os demais jogadores do elenco esperam por uma valorização, o que passa pela entrada de recursos no clube. "Também dependemos de quem será o técnico do Avaí. Se for o Silas, é uma coisa. Se não for ele, muda tudo", comentou Aramis Tissot. A possibilidade de vinda de atletas do time catarinense também passa pelo comando técnico avaiano em 2010.

A viagem de Tissot e outros dirigentes para São Paulo, a fim de tratar das situações de Rafinha, Marcelo Toscano, Adoniran e Luiz Henrique Camargo, continua prevista, embora não exista confirmação de que realmente irá acontecer.