| Foto: Antônio Costa/ Gazeta do Povo

O presidente do Atlético, Marcos Malucelli veio até a sede da Gazeta do Povo para uma entrevista de 45 minutos. O dirigente fez um balanço geral. Tratou dos resultados de 2010, dentro e fora do campo, falou das questões sobre a Copa e garantiu: o Furacão vai soprar forte em 2011.

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Qual a avaliação de 2010?

Não dá para dizer que foi um bom ano. Mas não ganhamos um título. Disputamos a vaga para a Liber­tadores até a penúltima rodada. Se formos analisar outras questões [fora de campo], foi um espetáculo. Acabamos com o déficit e devemos fechar o ano sem prejuízo. Na relação dos clubes da Série A, somos o com o menor endividamento e com o maior superávit nos últimos 6 anos, ao lado do Inter e do São Paulo. Os outros 17 estão todos deficitários.

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Mas faltou algo no futebol?

O que não foi feito antes era porque não poderíamos gastar além do orçamento. Tivemos responsabilidade.

A efetivação do Leandro Niehues como técnico e a falta de bons atacantes foram os problemas?

Não concordo. No setor ofensivo tivemos bons jogadores, a começar pelo Alex Mineiro. O Bruno Mineiro também. Trouxemos o Javier Toledo, de boas referências, e o Nieto. O problema é que eles não encaixaram. Quanto ao Leandro, não concordo que tenha trazido qualquer malefício.

O senhor promete bons resultados em 2011. Não é precipitado?

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Falo fundamentado em fatos. Sei que temos condições. Tenho dito que estaremos pelo menos nas semifinais da Copa do Brasil, da Sul-Americana e vamos disputar o Brasileiro para ficar entre os dez primeiros, pensando do primeiro ao quarto lugar.

Quanto será preciso investir?

Não mais do que temos investido. Ano passado tivemos um orçamento de cerca de R$ 50 milhões, neste ano será em torno de R$ 60 milhões. Os investimentos no eixo Rio-São Paulo alcançam R$ 200 milhões por ano. Temos de gastar com planejamento. Trouxemos o Mádson, Marcos Pimentel e o Henan, que é uma aposta. É possível que tenhamos mais três até o início de janeiro.

O senhor pensa em reeleição?

Termina 2011 e eu entrego a presidência com a maior dignidade possível e, espero, bem melhor do que recebi. Acho prematuro falar de sucessão um ano antes. Não vou fazer carreira. Sou um torcedor apaixonado. A alternância é salutar.

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Como o clube lida com os associados, caso tenha de atuar fora de casa? Teme uma debandada?

Já temi, não temo mais. Por esse valor de R$ 70, não é possível que um atleticano de coração não ajude. É quase o preço do ingresso de um jogo. É fundamental que o time esteja ganhando, aí não há debandada.

No caso de uma mudança para a Vila, não haverá espaço...

O Internacional tem 100 mil sócios e estádio para 50 mil. Não posso acreditar que um atleticano vá reclamar na Justiça.

O senhor teme um prejuízo técnico ao sair da Arena?

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Acho que seria muito maior se saíssemos de Curitiba, o que não acontecerá. Nossa torcida nunca nos abandonou mesmo em situações piores.

O senhor sempre manteve a mesma linha ao falar de Copa do Mundo na Arena. Acredita que a equação financeira está fechada?

Está fechada desde que o governador do estado [Orlando Pessuti] e o prefeito de Curitiba [Luciano Ducci] assinaram um termo de compromisso. O resto são questões políticas.

E a questão da Copa no país?

Nove estádios são públicos. Mas não temos 12 cidades, 12 estádios em condições. Tem estádio que não chegou ao chão ainda.

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Quando a Arena fecha às obras?

Estamos concluindo os projetos. Isso nos deverá ser entregue até meados de janeiro. Depois orçaremos a obra. Publi­ca­remos edital para a licitação. Embora não sejamos empresa pública, vamos fazer a licitação para que não paire qualquer dúvida sobre a idoneidade e procedência da vencedora. A construtora terá de nos apresentar um cronograma. Se eles disserem que poderemos continuar jogando, continuaremos. Termi­narí­­­­amos o Paranaense e saíriamos.

Sobre o Clube dos 13...

Quem sabe na condição de vice tenha alguma força. Primeiro quero que se abra associação para outros clubes. O Paraná, por exemplo. Os clubes da Série B em geral.

Rhodolfo e Chico deixam o clube?

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Temos propostas pelo Rhodolfo. O contrato dele vai até 2013, mas dei a palavra que não criaremos qualquer obstáculo. O Chico, da mesma forma.

Reverberam na torcida as críticas do ex-presidente Márcio Celso Petraglia ao clube pelo Twitter...

Eu não tenho Twitter, nem sei como funciona. Sou dos antigos. A mim, não atinge absolutamente nada. Às vezes alguém comenta. Se eu for me preocupar com Twitter de torcedor ou do Mário Celso, um ex-dirigente que perdeu o poder e por isso fica revoltado, não vou conseguir tocar o clube nem a minha atividade particular. Eu não vivo do clube.

Ele diz que não tem interesse de voltar. O senhor acredita?

Nem acredito, nem desacredito. Pouco me importa o que o Mário Celso Petraglia pensa.

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O Atlético tem tido problemas com suas torcidas organizadas...

Dentro do estádio não tem acontecido, mas estamos tomando medidas para a prevenção. Temos um bom relacionamento, eles como torcedores, nós como dirigentes. Não damos ingressos, não subsidiamos viagens. A Comissão de Ética tem autonomia para tocar o processo e até já suspendeu dois ou três. E fora de campo, a Polícia que resolva. Gosto do canto da torcida, acho que o time é dependente da torcida.