Camila Ferezin, Hernandes Quadri Jr., Rubinho (vôlei) e Sebastián Cuattrin (canoagem) são os técnicos do Paraná no Pan| Foto: Fotos: Ricardo Bufolin/ Photoegrafia - Walter Alves - Alexandre Arruda CBV - CBCA/ Divulgação

Das araucárias

A partir de amanhã, a Gazeta do Povo apresenta cada um dos 27 atletas paranaenses que vão disputar nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, a partir de 14 de outubro. A cada dia, com exceção das segundas-feiras, o leitor irá conhecer melhor três competidores do estado, sua história no esporte e um pouco mais sobre a modalidade em que cada um irá brigar por medalhas no México. A série – por ordem alfabética – inicia com a esgrimista Amanda Netto Simeão (Curitiba), a canoísta Ana Paula Vergutz (Cascavel) e a ginasta Angélica Kvieczynski (Toledo).

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Se na disputa direta por medalhas o Paraná terá apenas 27 atletas no Pan de Guadalajara (5,2% de um total de 517), a federação diminui ainda mais em número – mas ganha em influência – quando o assunto é gestão e preparação de atletas para o evento.

Nos bastidores, cinco treinadores, um auxiliar-técnico e quatro profissionais da área administrativa irão representar o estado no México. Serão apenas dez desse "primeiro escalão" (3,8% de 260).

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Mas, com base no universo das 40 modalidades em que o Brasil busca medalhas no México, a partir de 14 de outubro, o porcentual vai para escanteio – pois quase 1/4 dos times terá um gestor ou co­­mandante da região.

O estafe local vai animado para o encontro continental e contemporiza uma possível "participação secundária" no torneio.

"Temos de deixar os atletas com nenhuma outra preocupação que não seja competir. Cuidar de logística, equipamento; cobrar dedicação e dar bronca, se necessário. Se não, nós é que levamos bronca", conta o presidente da Federação Paranaense de Bad­­minton e chefe da modalidade no México, Eliseu Paulo Machado. Curiosamente, não há nenhum atleta local na equipe.

Na ginástica rítmica é a toledana Anita Klemann que treina as meninas da categoria individual, enquanto a londrinense Camila Ferezin é uma das responsáveis pelo conjunto.

"Minha vinda para a seleção é o resultado de ciclos que vão se fe­­chando no esporte. Começou, em Londrina, com a dona Elizabeth [Laffranchi], depois com a Bárbara Laffranchi [filha de Elizabeth e ex-técnica da seleção nacional]. Fui atleta da Bárbara. Era natural as­­sumir funções fora do tablado", diz Camila, que, como atleta, ga­­nhou a primeira medalha brasileira em Pans (Winnipeg, 2003) no tablado.

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No ciclismo, Hernandes Qua­dri Júnior comanda o time de estrada e Emerson Silva, na pista. Natural de Santo Antônio da Platina, Qua­dri Júnior participou, como atleta, das últimas quatro edições do principal evento poliesportivo das Américas.

Já o londrinense Emerson Silva, 33 anos, comandava as times estaduais em Jogos Abertos antes de assumir a equipe brasileira (também sem ciclistas locais). "Chego em um momento bom, em que temos investimento do Ministério do Esporte, que nos deixa pensar em melhora no ranking", festeja.

Outro que celebra a situação da sua modalidade no cenário nacional é o maringaense Valmir Fas­­sina, auxiliar-técnico do espanhol Javier Garcia no handebol masculino. "Acertamos o caminho. Esta­­mos para inaugurar um centro de treinamento em São Bernardo (SP), e com investimentos de patrocinadores e do governo federal."

Já o curitibano Rubinho assume o posto de Bernardinho no vôlei masculino. Como a equipe principal trocou o Pan pela preparação para a Copa do Mundo no Japão, ele levará o time de novos. "Não colocamos o Pan em segundo plano. Foi uma estratégia necessária. Acho que o adversário mais forte será Cuba, já que outros fortes concorrentes também devem ir com times B", aponta.

No campo burocrático, as seleções de esgrima, ciclismo e canoagem serão chefiadas por paranaenses – respectivamente por Giocondo Cabral, José Luiz Vasconcelos e Sebastián Cuattrin. Este terá sua primeira experiência em eventos poliesportivos como dirigente. O argentino naturalizado brasileiro e radicado em Londrina participou como atleta de cinco Pans. As medalhas vieram no último, no Rio (2007), com o ouro no K4 1000 m e a prata no K1 1000 m.

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"Agora, tudo isso é história. Vamos deixar os atletas que estão chegando brilhar. Vamos falar deles", comenta.

Leia amanhã

Esportes coletivos estão em baixa no Paraná. No Pan-Americano do México, estado será basicamente representado por atletas de modalidades individuais.