A Fórmula 1 completa um marco histórico neste fim de semana em Indianápolis. No entanto, ninguém na categoria vai lembrar desta data com alegria. Faz um ano que o maior vexame do automobilismo aconteceu no GP dos Estados Unidos, quando apenas seis carros largaram. O vencedor da prova foi o alemão Michael Schumacher, em seu único triunfo na temporada de 2005.
A história começou nos treinos livres de sexta-feira, no lendário autódromo. Na entrada da curva 13 do circuito (a curva um do tradicional oval), o alemão Ralf Schumacher, da Toyota, teve problemas com os pneus Michelin e bateu com muita força no muro. O piloto teve de ser retirado do carro pelos médicos. Após a análise dos destroços, ficou comprovado que o pneu traseiro esquerdo estourou por um excesso de esforço, ou seja, ele teria um defeito de construção.
De posse desta informação, a Michelin comunicou às suas equipes de que não seria seguro correr no circuito americano, a não ser que uma chicane fosse colocada na entrada da curva 13, para diminuir a velocidade. As equipes equipadas pela marca francesa, com medo de que seus pilotos saíssem feridos, foram à luta para tentar a modificação do traçado. No entanto, as três equipes que usavam pneus Bridgestone Ferrari, Minardi e Jordan não aceitaram a proposta. O treino classificatório foi realizado normalmente e o italiano Jarno Trulli marcou o melhor tempo, com muito pouca gasolina no tanque, um indício do que estaria por vir no domingo.
As negociações vararam a madrugada, mas na manhã do dia seguinte, a organização mantinha sua posição de não mudar o circuito. As equipes equipadas com os pneus Michelin organizaram uma reunião e decidiram abandonar a corrida. No entanto, para não serem punidas, elas alinhariam, largariam para a volta de apresentação e voltariam aos boxes. O trato foi cumprido à risca. Apenas os carros da Ferrari, Jordan e Minardi largaram, para muitos protestos do público, que chegou a atirar latas de cerveja na pista. No pódio, mais vaias, com todos os torcedores apontando seus polegares para baixo.
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