O adiamento do GP do Bahrein aumentou a expectativa para saber como será a F1 em 2011. Mas em poucos dias saberemos se de fato as novas regras, como a volta do Kers e a polêmica asa traseira móvel, criarão corridas mais emocionantes.O maior trunfo da temporada será o compromisso da nova fornecedora de pneus, a Pirelli, para tornar as provas mais movimentadas. De forma involuntária, os pilotos sofreram com uma grande diferença de performance entre os compostos no GP do Canadá do ano passado, e a empresa quer repetir isso ao longo de 2011. Assim, as corridas serão mais imprevisíveis, com mais pit stops, estratégias diferentes e maior chance de disputas diretas na pista, graças a essa proposital diferença.
Para o torcedor brasileiro, a entrada da Pirelli pode trazer outro benefício: a volta de um Felipe Massa competitivo. O desempenho dele na pré-temporada foi bom, reforçando a crença de que teve, de fato, dificuldades de adaptação aos pneus Bridgestone em 2010. Quem também mostrou mais velocidade foi Michael Schumacher, e os dois têm um estilo de pilotagem semelhante.
Seria muito bom para o torcedor brasileiro rever o Massa de 2008 que brigou pelo título e protagonizou uma das decisões mais emocionantes da F1. Mas não basta uma melhor adaptação aos pneus. O brasileiro precisa reconquistar seu espaço na Ferrari.
Um espaço que ele começou a perder não apenas no momento em que deu passagem a Fernando Alonso na Alemanha. O espanhol mostrou suas intenções ao forçar a ultrapassagem para cima de Massa no quarto GP da temporada, na China, quando os dois entraram juntos no box. Naquele instante, o brasileiro fez de tudo para evitar o vexame de duas Ferraris batendo na entrada do pit. Hoje, vimos que um acidente ali talvez não fosse tão ruim quanto o "Fernando is faster than you..." de alguns meses depois.
Que Massa, então, tire proveito desta nova chance. Como a McLaren parece ter se perdido no carro e a Mercedes ainda tenta se firmar, ele pode ter a chance de se juntar ao próprio Alonso e à dupla da Red Bull na disputa pelo campeonato. E, assim, reconquistar o apoio do torcedor brasileiro que, como sabemos, anda meio desconfiado.