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A equipe BMW reunida antes do GP do Brasil de 2008, em Interlagos: montadora está de saída da F-1. | Sergio Moraes/ Reuters
A equipe BMW reunida antes do GP do Brasil de 2008, em Interlagos: montadora está de saída da F-1.| Foto: Sergio Moraes/ Reuters

A BMW confirmou na manhã desta quarta-feira (29) que deixará a Fórmula 1 após a temporada de 2009. A notícia foi anunciada na coletiva de imprensa organizada pela empresa, em Munique, na Alemanha. Norbert Reithofer, presidente da BMW, disse que a decisão foi difícil.

"Claro que essa foi uma decisão difícil para nós, mas é um passo firme para o realinhamento estratégico da nossa companhia", disse.

A medida pegou de surpresa até mesmo os pilotos da escuderia. O alemão Nick Heidfeld disse que a saída é inesperada.

A BMW é a segunda montadora a deixar a categoria em oito meses, já que a Honda fez o mesmo em dezembro de 2008. Na época, a Associação de Construtores mobilizou-se para auxiliar na permanência da equipe, rebatizada Brawn GP. Ação similar deve ocorrer agora para que a Sauber, equipe que havia sido anexada pela BMW, siga correndo.

A BMW estreou como escuderia na Fórmula 1 no início da temporada de 2006, e desde então participou de 63 grandes prêmios, com uma vitória de Robert Kubica no Canadá, em 2008, e 16 pódios. O polonês também conquistou a única pole position da curta história da equipe, no Bahrein, também em 2008.

Em 2006, a BMW foi a quinta colocada no Mundial de Construtores e foi a vice-campeã em 2007, atrás da McLaren. No ano seguinte, foi a terceira colocada.

Atualmente, a escuderia ocupa o oitavo lugar no Mundial de Construtores, com oito pontos em dez provas. No Mundial de Pilotos, Heidfeld é o 13º, com seis pontos, e Kubica, o 15º, com dois.

A escuderia alemã havia, inclusive, assinado um acordo com a FIA garantindo sua permanência na Fórmula 1 até 2012. A Federação Internacional de Automobilismo, contudo, disse, em comunicado, não estar surpresa com a saída, embora lamente o ato da BMW.

"Dica claro que já há algum tempo o automobilismo não pode ignorar a crise econômica mundial. As montadoras não podem continuar despejando grandes somas de dinheiro na Fórmula 1 quando sua sobrevivência depende de demissões, fechamentos de fábricas e do dinheiro dos contribuintes", escreveu a FIA.

"Por esta razão, a FIA prepara regulamentos para reduzir drasticamente os custos. Estas medidas são necessárias para aliviar a pressão sobre os fabricantes após a saída da Honda e também para possibilitar a chegada de novas escuderias", prossegue a nota.

A FIA ainda diz no texto que, "se estes regulamentos não fossem tão fortemente rejeitados por um determinado número de diretores de equipe, a saída da BMW e mais anúncios deste tipo no futuro poderiam ter sido evitados".

Surpreso, Heidfeld já procura emprego

Nick Heidfeld confessou que não soube da notícia da saída da BMW da Fórmula 1 antes do anúncio. Ele corre pela fábrica desde a época da Williams e ficou muito surpreso com a decisão, que o deixará a pé ao fim do ano.

"A decisão da BMW de sair da Fórmula 1 foi totalmente inesperada. Sinto muito pelos membros da equipe, com os quais foi um privilégio trabalhar ao longo destes anos. Queria agradecer também pelo apoio e por tudo o que alcançamos juntos", diz Heidfeld.

O alemão, de 32 anos, acrescentou que está determinado em continuar a correr na Fórmula 1 e já negocia com outras equipes.

"Isso não vai encerrar minha ambição de chegar ao topo da Fórmula 1. Farei o melhor para apoiar a equipe e garantir o melhor resultado possível no fim da temporada. Continuaremos a negociar com outras equipes para 2010."

Fota inicia operação-resgate da Sauber

A solução para o alemão, porém, pode estar na própria escuderia. Simome Perillo, secretário-geral da Associação das Equipes da Fórmula 1 (Fota), disse que os times já começaram as negociações para apoiar a operação baseada na cidade suíça de Hinwil.

"As equipes da Fota imediatamente se consultaram e estão prontas para assegurar todo o apoio necessário para a equipe suíça, cuja associação está confirmada, para continuar na F-1", diz Perillo.

A Fota deve começar a fazer uma avaliação detalhada sobre as melhorias que podem ser feitas para o esporte. Uma opção é considerar a possibilidade das equipes usarem três carros, para manter o grid grande.

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