Rubens Barrichello esteve na madrugada desta segunda-feira na festa da equipe Brawn GP, numa casa noturna de São Paulo, e não permaneceu por muito tempo. Encontrou-se com o companheiro, o inglês Jenson Button, que acabara de se tornar campeão em Interlagos. Os dois pilotos, porém, foram embora logo. "O Jenson me falou que tudo o que precisava era dormir, porque nos últimos três meses eu não o deixei mais dormir", comentou o brasileiro. "Todo mundo caiu na risada."

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O encontro na casa noturna serviu para que os integrantes da Brawn GP Rubinho feliz, apesar de ter perdido no GP do Brasil, horas antes, a oportunidade de continuar na luta pelo título da Fórmula 1. "Nesses momentos os caras se soltam e falam o que sentem. Eles me agradeceram muito por dar os rumos do desenvolvimento à equipe e como trabalhei duro para nosso time ser campeão", contou o piloto brasileiro, orgulhoso pelo trabalho desenvolvido na temporada.

O grupo riu da sua iniciativa, domingo, depois da corrida em Interlagos. "Nós sempre temos uma reunião. Eu e o Jenson fomos lá e os laptops estavam fechados. Perguntei se não haveria reunião e nos disseram para deixar para lá por termos conquistados os dois títulos", contou Rubinho, lembrando que a Brawn GP foi campeã dos Construtores. "Respondi a eles: 'Nada disso, tem muita coisa que precisamos compreender no comportamento do carro'."

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Algumas passagens vividas em Interlagos ainda vinham à mente de Rubinho nesta segunda-feira. "Encostei o carro após a bandeirada e entrei nos boxes em busca de um canto para dar aquela respirada. Meu filho (Eduardo, de 8 anos) veio até mim, o peguei no colo e ele me perguntou se eu estava triste", revelou o piloto, que terminou a corrida na oitava colocação. "Eu acabei chorando. O super-herói dele o segurava no colo, mas por um instante chorou."

Segundo Rubinho, sua resposta para o filho foi a seguinte: "No ano que vem o papai vai voltar lá e tentar de novo". "E saí com a cabeça erguida. É bem mais difícil ser um bom perdedor que um bom ganhador", completou o piloto, que ainda sonha com a conquista de seu primeiro título na Fórmula 1 - na próxima temporada, ele deve ir para a equipe Williams, pois sua vaga na Brawn GP ficará com o alemão Nico Rosberg.

Ao longo de seus 17 anos de Fórmula 1, Rubinho ganhou admiradores e críticos vorazes. Mas sua segunda metade de campeonato neste ano, em que entrou na luta pelo título, o fez vencer a resistência de muita gente que passou a aceitá-lo como grande piloto. "A minha proximidade com o público decorre de eu praticar uma lição de infância, de ser o que sou, muito humilde. Às vezes, por excesso de humildade, falei mais do que deveria e deram uma conotação distinta da minha verdadeira intenção", afirmou o piloto.

Relaxado, Rubinho comentou nesta segunda-feira que parte da imprensa não compreendeu o que disse depois da prova em Interlagos, referindo-se ao fato de estar ou não estimulado para a etapa de encerramento da temporada de 2009 da Fórmula 1, dia 1º de novembro, em Abu Dabi. "Esse negócio de que o vice não vale nada é história para boi dormir. Vou para ganhar. Ser segundo é melhor que terceiro", avisou o brasileiro, que está na terceira posição do campeonato, com 72 pontos, dois atrás do alemão Sebastian Vettel (Red Bull).