São Paulo - Neste domingo (27) o tricampeão mundial Nelson Piquet dará uma volta em Interlagos guiando a Brabham com a qual conquistou seu primeiro título na Fórmula 1, há 30 anos, e capacetes personalizados lembrarão o tri de Ayrton Senna, há 20. Pelo menos algumas boas lembranças. Na temporada que se encerra a história para os brasileiros é diferente: caso nenhum piloto local chegue entre os três primeiros no GP do Brasil, com largada às 14 horas, será fechado o primeiro campeonato sem a bandeira nacional no pódio em 13 anos.
Felipe Massa, Rubens Barrichello e Bruno Senna são os responsáveis por tentar evitar o vexame. Algo que ocorreu apenas quatro vezes após a estreia de Emerson Fittipaldi na categoria, em 1970 nos anos de 1976, 79, 96 e 98.
Responsabilidade maior do ferrarista Massa, afinal os equipamentos de Bruno (Lotus Renault) e Rubinho (Williams) só lhes permitem sonhar com as primeiras posições em caso de milagre.
Porém, com a superioridade das Red Bulls de Sebastian Vettel e Mark Webber, das McLarens de Jenson Button e Lewis Hamilton, e mesmo do parceiro de Ferrari, Fernando Alonso, ele sabe se tratar de uma tarefa complicada. "Tenho o mesmo equipamento que usei o ano todo", pondera Massa, que teve como melhores resultados em 2011 cinco quintos lugares.
O jeito é apelar para o "mando de campo". "Correr em casa é melhor. Você sente aquela força extra. Espero lutar pelo pódio", contrapõe o dono de duas vitórias (2006 e 2008) e um segundo lugar (2007) em Interlagos. Ele foi o último brasileiro a chegar no top 3, na Coreia do Sul em 2010 a última vitória foi com Barrichello, pela Brawn, na Itália em 2009.
Seria o melhor jeito de Massa comemorar os dez anos na F1. Ainda mais em uma prova que também pode significar outra marca negativa para ele e a escuderia italiana: ser o primeiro titular da equipe a não subir ao pódio em uma temporada desde 1981, com o francês Didier Pironi não contam substitutos, como o italiano Giancarlo Fisichella, que assumiu a vaga do próprio brasileiro após o grave acidente na Hungria em 2009.
E também uma forma de readquirir a confiança que parece perdida desde que voltou a competir no início da temporada passada. "Não tem jeito. Você muda", diz o homenageado do fim de semana Nelson Piquet, sobre o acidente de Massa, lembrando os dois mais graves de sua carreira: no GP de San Marino, em 1987, pela Williams ano no qual ainda conseguiria voltar para conquistar o tri e nos treinos para as 500 Milhas de Indianápolis, em 1992.
A outra homenagem foi idealizada por Bruno Senna e faz parte da campanha Sennatri. Além dele, que já usa um capacete parecido com o do tio, Massa, Barrichello, Hamilton e Schumacher correrão com referências ao ídolo brasileiro morto em 1994.
Bruno, que estreou em 2010 no GP do Brasil pela precária equipe Hispania, e Rubinho, terceiro colocado em 2004 pela Ferrari, ainda têm uma preocupação bem maior do que o jejum nacional: onde correrão no ano que vem. Isso também preocupava Massa até o início do mês, quando a Ferrari confirmou a intenção de cumprir o contrato que termina no fim de 2012. Mesmo sem pódios.
Ao vivo
GP do Brasil de Fórmula 1, às 14 horas, na RPC TV e na transmissão interativa da Gazeta do Povo (www.gazetadopovo.com.br/esportes).
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