Bernie Ecclestone, chefe comercial da Fórmula 1, foi formalmente indiciado pela promotoria de Munique, nesta quarta-feira (17), na Alemanha, após acusação de suborno no caso da venda dos direitos comerciais da categoria ao fundo de investimentos britânico CVC Capital Partners.
O inglês está sob investigação desde quando um diretor de banco alemão foi condenado por ter recebido pagamento ilegal de US$ 44 milhões. Ecclestone disse a um tribunal estadual de Munique que se sentiu pressionado a desembolsar a quantia porque estava preocupado com a possibilidade de Gerhard Gribkowsky, antigo diretor do banco público Bayern LB, denunciá-lo às autoridades fiscais britânicas.
Por meio de um comunicado, o tribunal de Munique disse que a acusação de suborno creditada a Ecclestone foi realizada em 10 de maio, sendo que o dirigente confirmou que "seus advogados aceitaram". Ele terá de ler o processo e se defender na Justiça até meados do próximo mês, mas garante ser inocente. "Estão alegando que eu subornei uma pessoa", disse o dirigente, para depois insistir que não fez "nada ilegal".
Além de ter recebido o suposto suborno, Gribkowsky usou fundos do Bayern LB para pagar uma comissão de US$ 41 milhões ao chefão da F1 e concordou com o pagamento de mais US$ 25 milhões para a Bambino Trust, companhia a qual o dirigente estava filiado.
Ecclestone, por sua vez, disse ao tribunal que merecia uma comissão pelo negócio firmado, alegando que "fez um trabalho muito, muito bom".
Gribkowsky, que admitiu as acusações, foi condenado a oito anos e meio de prisão em 2012, depois de ter sido considerado culpado por corrupção, sonegação de impostos, desvio de dinheiro e fraude fiscal.
Os advogados alemães de Ecclestone, Sven Thomas and Norbert Scharf, afirmaram nesta quarta que logo apresentarão uma "abrangente resposta" ao tribunal e destacaram que as questões centrais estarão baseadas nas "diferentes 'confissões' de Mr. Gribkowsky", acusado pelo dirigente da F1 de ter o chantageado.
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