Despedida
Webber fecha carreira na F1 com pódio e faz a festa da torcida
Mark Webber se despediu da Fórmula 1 ontem de forma inusitada e emocional. O australiano de 37 anos, que vai defender a Porsche no Mundial de Endurance, diminuiu a velocidade de seu Red Bull e tirou o capacete logo depois de terminar o GP do Brasil na segunda posição. Quando saiu do carro, antes de subir ao pódio, atirou o capacete para a torcida. "Foi um prazer terminar essa corrida assim e, claro, terminar no pódio com talvez os dois melhores caras desta geração. Eu os estimo muito. Estou muito feliz por terminar assim e fazer algo diferente a partir de agora", falou Webber, duas vezes terceiro colocado do Mundial de Pilotos, em 2010 e 2011. "Foi muito bom dirigir sem o capacete. Foi bom ter esse momento, um toque diferente para entregar o carro", terminou.
Recordista, Sebastian Vettel concluiu ontem, no GP do Brasil, sua temporada mais dominante na Fórmula 1. Aos 26 anos, o alemão da Red Bull venceu a prova de Interlagos sem dificuldade, mesmo roteiro percorrido para alcançar o tetracampeonato consecutivo com quatro corridas de antecedência. O australiano Mark Webber foi o segundo colocado em sua despedida da F-1, enquanto o espanhol Fernando Alonso terminou em terceiro. Em sua última corrida pela Ferrari, o brasileiro Felipe Massa foi punido e não passou de um sétimo lugar.
A supremacia de Vettel pode ser contabilizada em números. A vantagem para Alonso, vice-líder do Mundial de Pilotos, foi de 155 pontos situação inédita desde a implantação do novo sistema de pontuação, em 2010. Nas últimas quatro temporadas (77 etapas), ele tem aproveitamento de 44% venceu em 34 oportunidades. No mesmo período, só não pontuou nove vezes.
"Estou triste porque a temporada chegou ao fim. O carro esteve fenomenal e melhorou a cada corrida", comemorou Vettel. "É muito difícil perceber [que cheguei a esses recordes]. Talvez agora, nas próximas semanas vou entender o que conquistamos nessa temporada... É só um número, mas espero que quando estiver mais gordinho e com menos cabelo, isso seja uma coisa boa para olhar para trás", acrescentou.
O piloto, que só perdeu a primeira colocação na largada, mas ultrapassou o compatriota Nico Rosberg, da Mercedes, ainda na primeira volta, igualou as nove vitórias seguidas do italiano Alberto Ascari (piloto da década de 1950) e os 13 primeiros lugares do heptacampeão Michael Schumacher na temporada 2004. Em apenas sete anos de carreira, ele ostenta 12 marcas históricas.
A pista seca durante praticamente toda a corrida, grande surpresa no fim de semana chuvoso de São Paulo, não afetou em nada a dominante performance do número 1 da Red Bull. Nem a despedida de seu companheiro o fez tirar o pé e ceder passagem. "Obrigado ao Mark [Webber]. Não temos o melhor relacionamento, mas sempre tivemos muito respeito um pelo outro. E fomos uma dupla de muito sucesso para a equipe", disse o alemão, que terá Daniel Ricciardo, também australiano, como parceiro em 2014.
O sucesso de Vettel também é o da Red Bull. A equipe terminou o Mundial de Construtores com larga vantagem sobre a segunda colocada Mercedes (596 pontos contra 360) e também foi tetra. No ano que vem, com motores novos, o desafio será ainda maior. Sorte de quem tem um fenômeno no volante.
Punição frustra plano de Massa
O brasileiro Felipe Massa esteve muito próximo de subir ao pódio ontem, em Interlagos, em sua despedida da Ferrari. Havia até um acordo para seu companheiro, o espanhol Fernando Alonso, abrir passagem no GP Brasil caso fosse necessário. Porém, uma punição na 32.ª volta tirou o piloto da disputa e o irritou como nunca.
Ainda pelo rádio da equipe, após ser informado de que teria de fazer um drive-through por ter passado sobre a linha que indica a entrada dos boxes, Massa esbravejou. "Inacreditável e inaceitável", repetiu o piloto, aos berros.
Ao fim da prova, ainda nervoso, ele continuou. "Nunca vi isso. Foi a primeira vez. O resultado seria muito diferente do que um sétimo lugar. Talvez um pódio. Uma pena", lamentou o paulistano, que estava na quarta colocação no momento da punição.
"E tinha um companheiro que com certeza me deixaria passar no final. A corrida foi boa, fiz uma ótima largada, mantive o ritmo, ultrapassei o Rosberg e o Hamilton nos momento certos. Uma pena finalizar dessa maneira. Era uma corrida completamente diferente", emendou ele, que largou na nona posição após sofrer na classificação sob chuva.
A partir da próxima temporada, o brasileiro defenderá a Williams. O finlandês Kimi Raikkonen, que não correu pela Lotus em São Paulo por estar se recuperando de uma cirurgia nas costas, será seu substituto no time italiano. "Vou comemorar com a equipe, que passou bons momentos e momentos difíceis comigo. E a partir de amanhã [hoje] já vou pensar no ano que vem", concluiu.
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