Bruno Senna fez o 10º tempo no treino de ontem. O inglês Lewis Hamilton, da McLaren, foi o mais rápido em Monza| Foto: Giuseppe Cacace/ AFP

Monza, Itália - Eram apenas seis jornalistas brasileiros à espera de Bruno Senna para sua entrevista após os treinos livres do GP da Itália da F1, disputados ontem, no circuito de Monza, na Itália. Mas o piloto da equipe Renault sabe que suas palavras são esperadas por milhões de fãs – brasileiros e do mundo todo – ansiosos por saber como será sua "segunda" corrida na F1, após a reestreia no último GP da Bélgica, disputada há duas semanas, em Spa-Francorchamps.

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Não são apenas os torcedores que aguardam com expectativa o treino classificatório de hoje na Itália. A própria F1, que se surpreendeu com o desempenho do brasileiro na classificação na etapa passada, quer acompanhar de perto a evolução do sobrinho de Ayrton Senna. Mas é o próprio Bruno que trata de diminuir as expectativas em relação ao que pode fazer na classificação desta manhã.

"Em Spa, as condições foram especiais, por causa da pista mo­­lhada. Além disso, na Bélgica, nossa equipe estava em uma posição melhor em relação aos rivais, atrás apenas das três principais [Red Bull, Ferrari e McLaren]. Aqui, penso que estamos no limite do Q3. Todos estão andando muito perto, um décimo de segundo po­­de nos colocar no top-10 ou nos deixar fora", respondeu Bruno Senna à Gazeta do Povo, quando questionado sobre sua expectativa para o treino classificatório de hoje.

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Outro fator de dificuldade para o piloto da Renault está na previsão do tempo: o treino deve ser disputado com pista seca, o que seria, então, sua "estreia" neste tipo de condição. Afinal, a temporada completa de 2010, feita com o fraco carro da equipe Hispania, pouco traz referência em relação ao limite de uma pista onde se chega "de três a quatro vezes acima de 330 km/h", como definiu Fernando Alonso na conversa com jornalistas estrangeiros ontem no motorhome da Ferrari.

"Para ser sincero, ainda estou um pouco enferrujado [risos]", brincou Bruno. "Mas fico feliz que já no primeiro dia consegui andar no ritmo do Vitaly [Petrov, companheiro de equipe na Renault] e evoluir também o acerto do carro para a corrida. Fiquei um bom tempo atrás do [Michael] Schu­­macher e testei diferentes ajustes da asa móvel [DRS] e Kers, para já conseguir uma melhor adaptação a estes dispositivos para o domingo", diz Bruno, que foi o 10.º mais rápido do dia – o russo foi o 11.º.

Em relação à corrida de Spa, o brasileiro está nitidamente em um grau mais confortável na equipe Renault.

Depois do acidente de Robert Kubica antes do início da temporada, em uma prova de rali, a equipe ficou sem um líder. Nick Heidfeld foi chamado para cumprir este papel, mas a demissão na véspera da prova da Bélgica mostrou que o alemão não estava entregando o esperado.

Além do bom entrosamento com a equipe, Bruno também consegue outro aliado a seu favor: trazer importantes patrocínios para o time. Neste GP da Itália, Embratel, OGX e Gillette oficializaram o apoio – que, em Spa, já estava estampado na carenagem de seu carro no dia seguinte ao impacto que causou na F1 com seu desempenho na classificação em Spa, quando obteve o 7.º lugar no grid.

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O mais importante é que Bruno nem precisa se preocupar com o rótulo de "piloto pagante", já que conseguiu sua vaga após justificá-la na até então "chance única" que teria em 2011. Além disso, as jovens estrelas da F1 atual também entraram na categoria bancadas por grandes patrocinadores: Vettel, por exemplo, é piloto Red Bull desde as categorias de base.

Ao vivoTreino classificatório do GP da Itália, às 9h, na RPC TV.