Monza, Itália - Eram apenas seis jornalistas brasileiros à espera de Bruno Senna para sua entrevista após os treinos livres do GP da Itália da F1, disputados ontem, no circuito de Monza, na Itália. Mas o piloto da equipe Renault sabe que suas palavras são esperadas por milhões de fãs brasileiros e do mundo todo ansiosos por saber como será sua "segunda" corrida na F1, após a reestreia no último GP da Bélgica, disputada há duas semanas, em Spa-Francorchamps.
Não são apenas os torcedores que aguardam com expectativa o treino classificatório de hoje na Itália. A própria F1, que se surpreendeu com o desempenho do brasileiro na classificação na etapa passada, quer acompanhar de perto a evolução do sobrinho de Ayrton Senna. Mas é o próprio Bruno que trata de diminuir as expectativas em relação ao que pode fazer na classificação desta manhã.
"Em Spa, as condições foram especiais, por causa da pista molhada. Além disso, na Bélgica, nossa equipe estava em uma posição melhor em relação aos rivais, atrás apenas das três principais [Red Bull, Ferrari e McLaren]. Aqui, penso que estamos no limite do Q3. Todos estão andando muito perto, um décimo de segundo pode nos colocar no top-10 ou nos deixar fora", respondeu Bruno Senna à Gazeta do Povo, quando questionado sobre sua expectativa para o treino classificatório de hoje.
Outro fator de dificuldade para o piloto da Renault está na previsão do tempo: o treino deve ser disputado com pista seca, o que seria, então, sua "estreia" neste tipo de condição. Afinal, a temporada completa de 2010, feita com o fraco carro da equipe Hispania, pouco traz referência em relação ao limite de uma pista onde se chega "de três a quatro vezes acima de 330 km/h", como definiu Fernando Alonso na conversa com jornalistas estrangeiros ontem no motorhome da Ferrari.
"Para ser sincero, ainda estou um pouco enferrujado [risos]", brincou Bruno. "Mas fico feliz que já no primeiro dia consegui andar no ritmo do Vitaly [Petrov, companheiro de equipe na Renault] e evoluir também o acerto do carro para a corrida. Fiquei um bom tempo atrás do [Michael] Schumacher e testei diferentes ajustes da asa móvel [DRS] e Kers, para já conseguir uma melhor adaptação a estes dispositivos para o domingo", diz Bruno, que foi o 10.º mais rápido do dia o russo foi o 11.º.
Em relação à corrida de Spa, o brasileiro está nitidamente em um grau mais confortável na equipe Renault.
Depois do acidente de Robert Kubica antes do início da temporada, em uma prova de rali, a equipe ficou sem um líder. Nick Heidfeld foi chamado para cumprir este papel, mas a demissão na véspera da prova da Bélgica mostrou que o alemão não estava entregando o esperado.
Além do bom entrosamento com a equipe, Bruno também consegue outro aliado a seu favor: trazer importantes patrocínios para o time. Neste GP da Itália, Embratel, OGX e Gillette oficializaram o apoio que, em Spa, já estava estampado na carenagem de seu carro no dia seguinte ao impacto que causou na F1 com seu desempenho na classificação em Spa, quando obteve o 7.º lugar no grid.
O mais importante é que Bruno nem precisa se preocupar com o rótulo de "piloto pagante", já que conseguiu sua vaga após justificá-la na até então "chance única" que teria em 2011. Além disso, as jovens estrelas da F1 atual também entraram na categoria bancadas por grandes patrocinadores: Vettel, por exemplo, é piloto Red Bull desde as categorias de base.
Ao vivoTreino classificatório do GP da Itália, às 9h, na RPC TV.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura