Idolatria
Tricampeão mundial de F1 virou nome de ruas e até bairros
Assim como a Escola Municipal Ayrton Senna da Silva, muitos outros locais públicos foram (re)batizados com o nome do piloto a partir de sua morte, como forma de homenageá-lo. No Paraná, seis ruas e duas avenidas ganharam o nome de Senna. Em Pinhais, a avenida até então modestamente chamada apenas de "Rua Marginal" e que passa ao lado do Autódromo Internacional tornou-se Avenida Ayrton Senna. São José dos Pinhais, Almirante Tamandaré, Campo Largo, Pato Branco, Londrina, Apucarana e Umuarama também têm seus logradouros que homenageiam o ídolo do automobilismo.
No Brasil todo, segundo levantamento feito pelos Correios, 24 dos 26 estados, além do Distrito Federal, prestaram sua homenagem cravando o nome do piloto em placas pela cidade. São 160 endereços com a alcunha do tricampeão mundial, entre ruas, travessas, praças, rodovias e vias expressas.
34 ruas
São Paulo, estado de origem de Ayrton, é onde se tem mais chances de trafegar por uma via com o nome "Ayrton Senna": são 34 logradouros em 28 cidades. Há ainda sete bairros que ganharam o nome do piloto pelo Brasil.
Eles estampam no peito o nome de Ayrton Senna diariamente. Os alunos da Escola Municipal Ayrton Senna da Silva, no bairro Cajuru, em Curitiba, sabem, como todo brasileiro, quem foi o piloto de Fórmula 1 que morreu há exatos 20 anos. Mas são de uma geração para quem a comoção gerada após a batida do carro da Williams na curva Tamburello não passa de História.
Os mais velhos estão na faixa dos 11 anos e nasceram bem depois do 1.º de maio de 1994, quando o país parou para acompanhar o noticiário sobre o estado de saúde de Senna até a confirmação da sua morte. No uniforme escolar, além do nome do piloto, carregam um logotipo que representa o ídolo de seus pais, uma bandeira do Brasil com um capacete. "Foi um ex-aluno da escola quem desenhou. Parece que teve um concurso na escola anos atrás para escolher o desenho e este foi o vencedor", aponta Patrick, 11 anos, um dos alunos do 5.º ano.
O que eles conhecem de Ayrton Senna é, em boa parte, ensinado na própria escola: começou no kart, foi tricampeão mundial, tinha as melhores performances na chuva, batalhou por melhores condições de segurança nas pistas e que em 2014 completaria 54 anos. "Meu pai me falou que era um bom piloto", conta Camila, 10 anos.
Do automobilismo, os alunos têm mais afinidade com os nomes de Felipe Massa, Sebastian Vettel e Rubens Barrichello do que o de Senna, e pouca proximidade com o esporte. "Sabemos que é uma modalidade à qual poucos terão acesso, mas achamos importante ressaltar a imagem do ídolo e também da fundação social criada a partir da sua morte, visto que estamos em uma população que tem muitas carências", destaca a diretora da escola, Wilza Bueno de Oliveira de Jesus.
Os professores são incentivados a, anualmente, contar a história do piloto, festejado a cada aniversário da instituição, comemorado em 15 de maio. Na data, um dos alunos, escolhido por sorteio, veste-se com um macacão e representa o corredor. Os estudantes assistem a documentários, leem textos e acompanham a sina trágica que mobilizou o país há 20 anos. "Nos primeiros anos, as crianças se emocionavam junto porque viviam aquela dor da perda. Hoje, é algo distante para elas. Fui daquelas que assistia cada corrida aos domingos e quando vou contar a história do Senna, às vezes saio um pouco do texto, me vem muito a emoção", diz a professora Beatriz Salles de Oliveira, que desde 1996 repete esse ritual.
O colégio foi inaugurado em 1995 e foi batizado em homenagem ao piloto, via decreto municipal, em dezembro de 1994, pelo então prefeito Rafael Greca. Hoje atende cerca de 600 crianças de 5 a 11 anos do Jardim Acrópole, região pobre do bairro Cajuru.
Exposição para fãs em Ímola
Uma exposição (foto acima, no box) sobre a carreira de Ayrton Senna está sendo organizada em Ímola para lembrar os 20 anos da morte do ídolo da Fórmula 1. A expectativa é de que muitos fãs aproveitem a data especial para visitar o local. A mostra tem enormes pôsteres do piloto brasileiro, capacetes usados por ele na categoria e até carros guiados por Senna. O evento também homenageia o piloto austríaco Roland Ratzenberger, que morreu no mesmo fim de semana de prova do brasileiro, após uma batida. Ontem, Luca di Montezemolo, presidente da Ferrari, divulgou nota oficial garantindo que o tricampeão do mundo iria para a escuderia italiana se o acidente não tivesse ocorrido. "Ele me deixou claro que queria encerrar sua carreira na Ferrari. Concordamos em nos encontrar novamente, porque acreditávamos que a Ferrari era o lugar ideal para ele dar sequência à sua trajetória. Infelizmente, o destino tirou de nós Ayrton e Roland Ratzenberger, num dos fins de semana mais tristes da história da Fórmula 1."
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