A bandeirada final do GP de Interlagos de Fórmula 1, cuja largada será dada às 14 horas de hoje, com alta probabilidade de chuva em São Paulo, não marcará somente o fim de uma temporada dominada pelo agora tetracampeão mundial Sebastian Vettel. A quadriculada também encerrará alguns ciclos da categoria, desde a despedida de Felipe Massa da Ferrari e o adeus definitivo do australiano Mark Webber, até a troca dos motores atuais, fato que promete fazer a F1 começar quase que da estaca zero em 2014.
Substituído por Kimi Raikkonen na escuderia italiana, Massa vai correr pela Williams na próxima temporada. Ao lado do finlandês, ele é um dos seis pilotos que já trocaram de lugar no agitado fim de ano da Fórmula 1.
As vagas na Red Bull (Daniel Ricciardo), McLaren (Kevin Magnussen) e Toro Rosso (Daniil Kvyat) foram preenchidas. A Lotus ainda tem um posto em aberto, enquanto Force India, Sauber, e as nanicas Catherham e Marussia não confirmaram nenhum dos dois titulares.
Em caso de limpa geral nos cockpits, a dança das cadeiras faria 14 vítimas quatro a mais do que no fim da última temporada. Até aqui, a Mercedes de Lewis Hamilton e Nico Rosberg é a única equipe que não mexeu atrás dos volantes.
Superada a ameaça de não ter um carro, o que representaria a primeira ausência de um brasileiro no campeonato em 43 anos, Massa sonha com um desempenho melhor na Williams. "Acredito que posso fazer muito. As regras vão mudar e creio que teremos bons momentos. É algo novo, diferente, nunca se sabe, mas estive na fábrica e gostei do projeto, estou motivado para trabalhar e ser competitivo novamente", diz Massa, que usará neste domingo um capacete especial, em vermelho, com suas principais marcas pela Ferrari estampadas na parte de trás. Em oito anos, ele disputou 139 provas, com 11 vitórias, 15 poles e 36 pódios.
As novidades citadas pelo brasileiro giram em torno da "aposentadoria" dos motores atuais. O novo conceito utilizará gases do escapamento para gerar a eletricidade que será transformada em energia para o carro. Aliado ao kers e ao motor V6 de 1,6 litro, a chamada unidade motriz criará 160 cavalos extras durante 30 segundos por volta.
Tanta força vai exigir um intercooler (radiador) para resfriar o ar antes que ele entre em combustão, além de modificações na aerodinâmica dos monopostos. O poderio financeiro dá vantagem às grandes equipes, mas como os testes de pré-temporada foram adiados como medida para corte de custos, serão apenas 12 dias de treinos até a estreia em 16 de março, na Austrália.
O veterano Mark Webber não estará nela. O australiano de 37 anos se despede da F1 em Interlagos ele vai pilotar no Mundial de Endurance ao invés de seguir em um ambiente "com mais pontos negativos do que positivos", como classificou seus últimos anos na Red Bull à sombra de Vettel. "Sentirei falta de algumas coisas, mas não é o suficiente para eu querer continuar", resumiu, às vésperas de uma nova Fórmula 1 emergir.
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GP do Brasil, às 14 h, na RPC TV.