Depois de 11 dias de testes nas pistas de Valência e Jerez de la Frontera, a Fórmula 1 chegou a Barcelona para os últimos preparativos antes da abertura da temporada, no dia 14 de março, no Bahrein. Os treinos na pista catalã reúnem 11 equipes e se estenderão até domingo. E o primeiro dia foi marcado por um acidente. Único brasileiro a entrar na pista, o estreante Lucas di Grassi, da Virgin, perdeu o controle do carro na curva 9, uma das mais rápidas do circuito, a mais de 220km/h e bateu na proteção de pneus. O piloto saiu ileso, mas o carro da Virgin ficou destruído na parte traseira e voltou aos boxes rebocado. Di Grassi disse que passou um susto:

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"A traseira saiu de repente na curva e perdi o controle. Achávamos que algo tinha quebrado na suspensão traseira, mas depois descobrimos que foi um problema no diferencial. Foi pena, porque não conseguimos fazer muita quilometragem".

Di Grassi deu apenas 31 voltas. A Virgin, assim como a Lotus - as únicas duas estreantes que conseguiram construir seus carros ate agora - têm tido problemas de confiabilidade, principalmente no sistema hidráulico do carro. Com orçamentos modestos, em torno de 35 milhões de euros (cerca de R$ 85 milhões), e cerca de 100 empregados, a Virgin e a Lotus sentem as dificuldades de uma equipe novata, obrigadas a enfrentar gigantes como a Ferrari, com 60 anos de experiência na F-1, orçamento de 250 milhões de euros e 800 funcionários.

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O mais rápido do dia foi o australiano Mark Webber, da RBR, com o tempo de 1m21s487. Ele deu 109 voltas e ficou satisfeito com o desempenho do novo modelo RB6, que estreou um novo pacote aerodinâmico.

"Ainda tem mais por vir. Experimentaremos novos componentes até o fim de semana e acho que chegaremos bem preparados ao Bahrein".

Mas Webber enfrentou problemas. A RBR ficou parada na pista no meio da tarde, provocando uma interrupção do treino com bandeira vermelha. A Ferrari também teve contratempos. Fernando Alonso deu apenas 11 voltas pela manhã, até que um problema eletrônico o fez parar no circuito. A equipe levou horas para consertar o carro e levá-lo de volta a pista. O espanhol continuou concentrado em andar com tanque cheio e deu 74 voltas no total, ficando com o sétimo tempo. Mas se disse satisfeito.

"Não foi um dia perfeito, mas testamos algumas coisas novas no carro e coletamos dados".

Ao jornal inglês "The Guardian", Alonso revelou a sua confiança. "Na temporada passada, eu lutava apenas pelo sétimo ou oitavo lugar. Agora estou feliz na Ferrari e podem apostar dinheiro em mim", afirmou.

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Para Jenson Button, da Mclaren, Alonso tem o melhor carro. "A Ferrari no momento, é a mais consistente. Quando vejo Alonso sorrindo, fico preocupado", brincou.

Mas Rubens Barrichello, da Williams, acha cedo para fazer previsões sobre a hierarquia entre as equipes. Segundo ele, com as novas regras, que proíbem o reabastecimento, e quase impossível saber quem está mais rápido. A diferença entre um carro com tanque cheio, com 180kg de combustível, e outro com pouca gasolina pode chegar a mais de quatro segundos.

"Vai ser difícil descobrir quem esta realmente mais rápido por causa dessa disparidade entre o peso com que cada piloto sai à pista. Acho que a gente só vai saber mesmo no treino de classificação no Bahrein".