Foram quase cinco anos e muitas dificuldades. Mas neste domingo, no GP da Europa, disputado no circuito de rua de Valência, Rubens Barrichello voltou ao alto do pódio. O brasileiro triunfou na Fórmula 1 pela décima vez na carreira e, de quebra, ainda inseriu seu nome de forma definitiva na história do automobilismo nacional.
A vitória em Valência é a centésima do Brasil na Fórmula 1 e veio de uma forma excepcional. Barrichello largou na terceira posição e, com uma tática perfeita, superou as duas McLarens de Hamilton e Kovalainen nos pit stops da corrida deste domingo. O inglês chegou em segundo e o finlandês caiu para quarto, superado pelo compatriota Kimi Raikkonen, que conseguiu a última posição do pódio.
Com velocidade e tática perfeita, Barrichello supera as McLarens
As McLarens se mantiveram nas duas primeiras posições da corrida, fazendo um bom uso do Kers após a largada. Lewis Hamilton ficou na ponta, seguido pelo companheiro Heikki Kovalainen. Rubens Barrichello largou bem e assegurou a terceira posição. Kimi Raikkonen, também com o Kers, subiu de sexto para quarto. Líder do campeonato, Jenson Button se estranhou com Sebastian Vettel e caiu para oitavo. Já o alemão da RBR ficou em quinto.
Ainda na primeira volta, Button errou uma curva e teve de cortar a chicane para se manter à frente de Mark Webber, da RBR. Após ser alertado pela Brawn GP de uma possível punição, o inglês cedeu a oitava posição na última curva do circuito, pouco antes de completar a quinta volta. Mais atrás, Romain Grosjean, que estreia na Renault no lugar de Nelsinho Piquet, perdeu o bico e teve de fazer um pit stop.
Antes do primeiro pit stop, Hamilton e Kovalainen, de pneu macio, abriam vantagem sobre Barrichello, que estava com os duros e mais pesado. O brasileiro, no entanto, começou a reduzir a vantagem das McLarens, à medida em que sua carga de combustível diminuía. O inglês foi o primeiro dos ponteiros a parar, na 16ª volta e o finlandês entrou na passagem seguinte.
Com pista limpa, Barrichello aumentou o ritmo e começou a fazer voltas em ritmo de classificação. Enquanto isso, Hamilton e Kovalainen se enrolavam com o tráfego. Com o tempo ganho neste período, o brasileiro ganhou a segunda posição do finlandês e se aproximou bastante de Hamilton, que manteve a primeira posição após o pit stop.
Após a primeira rodada de paradas, Hamilton e Barrichello começaram uma espécie de "match race", com um marcando o outro na pista. Quando o inglês era mais rápido, o brasileiro respondia na volta seguinte. Com isso, os dois se distanciaram de Heikki Kovalainen, que estava na terceira posição da prova neste momento.
Na 23ª volta, a McLaren pediu para o inglês não exagerar nos freios, porque as temperaturas dos pneus traseiros estavam acima do esperado. Sebastian Vettel, terceiro colocado no campeonato, abandonou na passagem seguinte, após a quebra do motor Renault de sua RBR. Na frente, a vantagem de Hamilton para Barrichello se mantinha na casa dos três segundos.
Barrichello começou a virar o jogo contra Hamilton na 29ª volta, quando começou a fazer voltas mais rápidas. A vantagem caía para a casa dos dois segundos. Oito voltas depois, o inglês entrou nos boxes para fazer sua segunda parada. No entanto, a McLaren não estava completamente preparada. Os pneus não estavam colocados corretamente na posição e ele perdeu 13,4 segundos.
O brasileiro acelerou ainda mais e fez duas voltas muito rápidas seguidamente. Na 40ª volta, o pneu traseiro direito de Kazuki Nakajima estourou e ficou no traçado. Com medo da entrada de um safety car, a Brawn chamou o brasileiro aos boxes no fim desta passagem. Com 6,8 segundos, o brasileiro voltou com uma boa folga na frente, de mais de sete segundos.
Hamilton ainda tentou uma pressão no fim da corrida, mas Barrichello apenas administrou a boa vantagem, obtida com a tática perfeita e o bom desempenho na pista. A vitória em Valência encerrou um jejum de cinco anos sem vitórias do brasileiro e ainda marcou seu nome na história do automobilismo nacional, com o 100º triunfo do país.
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