Em 2005 Alonso foi terceiro na prova e levou o título. No ano seguinte repetiria a dose| Foto: Paulo Whitaker / Reuters

Matemática

Para ser campeão, Alonso precisa fazer 15 pontos a mais do que Webber, 4 mais do que Hamilton e man­­ter os 25 de frente para Vettel. Veja as principais combina­ções favoráveis a ele:

- Vitória – Se o espanhol cruzar em primeiro, Mark Webber não pode ficar entre os quatro mais bem colocados.

- 2º lugar – Webber não pode ficar entre os oito primeiros, enquanto Hamilton e Vettel não podem vencer.

- 3º lugar – Webber não pode marcar pontos. Hamilton e Vettel não podem chegar na frente de Alonso.

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Alonso e Hamilton brigavam na McLaren em 2007, Raikkonen venceu e foi campeão
Em 2008, Hamilton levou com emoção
Button foi o último a gritar
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O espanhol Fernando Alon­so pode se tornar tricampeão mundial no domingo. Interlagos, hexa. Nos últimos anos, virou rotina o título ser decidido no GP do Brasil. A começar pelas conquistas do próprio Alonso, em 2005 e 2006, ainda na Renault. Passando pelas comemorações do finlandês Kimi Raikkonen, em 2007, pela Ferrari, e do inglês Lewis Hamilton, em 2008, pela McLaren. Até chegar ao ano passado, quando quem fez a festa foi o também inglês Jenson Button, da Brawn GP.

Posição de destaque para um circuito que chegou a ser rotulado em agosto como o "pior da Fór­mula 1" por Bernie Ecclestone, presidente-executivo da categoria (veja matéria na página 11). Pela segunda vez seguida, Interlagos recebe a penúltima etapa da temporada – que termina em Abu Da­­bi, no dia 14 de novembro. Nos três anos anteriores, fechou o calendário. Em 2005, Alonso faturou o Mundial com duas provas de antecedência.

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Agora pode ser com uma. Ao comentar a possibilidade, porém, o líder não deixa de reconhecer a superioridade das Red Bulls. "Sim, isso é verdade. E se a Red Bull perder o avião para o Brasil, é outro caminho para ser campeão", brincou o espanhol após a vitória na Coreia do Sul que o colocou na ponta. Mas que só veio porque o australiano Mark Webber bateu logo no início e o motor de Sebastian Vettel estourou quando o alemão liderava.

A cautela de Alonso também tem a ver com o novo sistema de pontuação, no qual a vitória vale 25 pontos e o segundo lugar 18, por exemplo, em vez dos 10 e 8 dos anos anteriores. Desta forma, a liderança mudou de mãos oito vezes e cinco pilotos ainda têm chances matemáticas. Além do segundo colocado Webber e do quarto Vettel, os ingleses da McLaren, Hamilton, em terceiro, e Button, em quinto (veja no box ao lado o que Alonso precisa para ser campeão em São Paulo).

Apesar da empolgação natural com a passagem da F-1 pelo país, que levará cerca de 70 mil pessoas ao autódromo, desta vez falta o algo mais para a torcida. Um brasileiro na disputa, como nos dois anos anteriores. No desfecho mais emocionante, Felipe Massa cruzou a linha de chegada campeão em 2008, para delírio do público, mas a ultrapassagem de Hamilton sobre Timo Glock nos metros finais deu ao inglês o quinto lugar que precisava. Em 2009 o êxtase foi a pole position de Rubens Barrichello. Porém o carro não rendeu tão bem no domingo e o companheiro Button foi campeão ao também chegar em quinto.

Massa ainda poderá ter um papel importante, mas apenas como escudeiro de Alonso. Apesar de momentos constrangedores, como o chega para lá que levou do espanhol na entrada dos boxes na China, e a ordem da Ferrari para que deixasse o companheiro passar quando liderava o GP da Alemanha, o brasileiro, sem chances de título, assumiu abertamente desde a última prova a função de ajudante.

Ou seja, depois de toda a polêmica por causa da marmelada na Alemanha, agora se fala abertamente em jogo de equipe. Como sempre em finais de temporada. Na McLaren há a tendência de esforços concentrados em Hamilton, pois as chances de Button não passam de capricho matemático. Resta saber qual será o comportamento da Red Bull. Vettel sempre teve a preferência, mas Webber é quem está mais perto de impedir o tri de Alonso e o hexa de Interlagos. Com a torcida de Abu Dabi.

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