No ano passado, os carros de Hispania e Virgin levaram ao extremo a definição "retardatários". Para evitar tanta lentidão nas corridas em 2011, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) resolveu trazer de volta a regra dos 107%, que vigorou entre as temporadas de 1996 e 2002.
Outras duas mudanças importantes prometem facilitar as ultrapassagens. A volta do Kers (Sistema de Recuperação de Energia Cinética), que armazena a energia liberada nas freadas para aumentar a potência do carro por alguns instantes, e o surgimento da asa traseira móvel, com a finalidade de reduzir a pressão aerodinâmica e aumentar a velocidade.
De acordo com a regra dos 107%, todos os que fizerem tempos 7% acima do primeiro colocado na primeira parte do treino classificatório, o qualifying 1 (Q1), estarão automaticamente fora da prova. Exceto quando houver uma chuva repentina, por exemplo, e o piloto tenha feito alguma volta dentro do limite permitido nos treinos livres.
Se o regulamento valesse desde o ano passado, Bruno Senna que não conseguiu vaga para correr em 2011 teria ficado fora de oito etapas. Sua equipe, a Hispania, não colocaria os dois carros no grid em seis (ver tabela do lado).
Embora não fosse favorável ao brasileiro, na época em que foi decidido que a regra voltaria, em 2010, ele concordou com a iniciativa. "A diferença muito grande entre os carros é ruim para todos. Tanto para quem ultrapassa como para aqueles que se veem na obrigação de abrir passagem", justificou. Outro brasileiro, Lucas Di Grasi que também não achou equipe para este ano , não teria alinhado a sua Virgin em duas provas.
A lentidão ainda foi a causa de outra mudança relativa aos treinos classificatórios. A partir de agora, os carros terão um tempo máximo para retornar aos boxes. A FIA espera acabar com retardatários, que, para economizar combustível ou atrapalhar seus adversários, voltavam lentamente.
A entrada de Hispania e Virgin em 2010 também ocasionou outra alteração na regra: diferentemente do ano passado, quando viravam a noite tentando ajustar melhor os carros, os mecânicos não poderão trabalhar durante as madrugadas que antecedem os treinos. O veto é da meia-noite às 6 h, quando os treinos forem às 10 h, e da 1 h às 7 h , quando forem às 11 h.
As iniciativas do diretor comercial da F1, Bernie Ecclestone, para tentar aumentar as ultrapassagens não cessaram. Este ano a aposta é na asa traseira móvel, em substituição à flexibilidade da asa dianteira, que não correspondeu às expectativas em dois anos de uso. Ela poderá ser ajustada pelos próprios pilotos, sem limite de uso nos treinos. Nas corridas o procedimento só será acionado em áreas determinadas e se o carro a ser ultrapassado estiver menos de um segundo na frente.
Também está de volta o Kers. Ele foi utilizado por algumas equipes em 2009 e abandonado por comum acordo em 2010 embora constasse no regulamento. Nesta temporada estará nos carros de todas as escuderias, exceto Virgin e Hispania. Desvantagem, ao menos inicial, para quem optou por não desenvolvê-lo há dois anos.
O piloto italiano Jarno Trulli, da Lotus, não gosta das constantes mudanças no regulamento. "Tem muitas coisas novas, da aerodinâmica ao Kers. Nós falamos em economizar dinheiro, mas as regras mudam a cada ano. As pessoas não entendem e isso prejudica o espetáculo", lamenta o experiente piloto.
Em contrapartida, o bicampeão Fernando Alonso, da Ferrari, acredita que as mudanças em busca de provas mais emocionantes são positivas. "Estou confiante que em 2011 finalmente as regras vão ajudar a ultrapassar e teremos um show melhor para todo mundo", diz o espanhol, atual vice-campeão.
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