Dirigir uma Ferrari é o sonho de quase todos na Fórmula 1, mas aqueles que chegam lá se deparam com uma situação embaraçosa: a polêmica de ser primeiro ou segundo piloto.
Desde que Michael Schumacher deixou a escuderia, em 2006, o discurso no início da temporada é de que nenhum piloto será privilegiado. O problema é que na prática não funciona assim a ordem de equipe para que Felipe Massa desse a vitória a Fernando Alonso no último GP da Alemanha deixou isso bem claro.
Para 2011, o presidente ferrarista, Luca di Montezemolo, novamente prometeu condições iguais para o brasileiro e o espanhol. Mas com uma ressalva importante. De acordo com ele isso pode mudar na segunda metade da temporada. "Depois teremos de nos preparar de uma maneira diferente. Na primeira parte o interesse é deixar os dois nas melhores condições", afirmou o italiano, sem querer desmotivar Massa.
Na era pós-Schumacher, que sempre ocupou, claramente, a posição de primeiro piloto o ex-companheiro Rubens Barrichello que o diga , Massa já dividiu o boxe com Kimi Raikkonen e Alonso.
A relação com o primeiro era de mais igualdade. No GP do Brasil de 2007, última etapa do campeonato, o brasileiro liderava. Porém, como não tinha mais chances de título, abriu mão da vitória em favor do finlandês. Apesar de desapontado, disse na época ter entendido a situação porque o campeonato estava em jogo e foi, de fato, conquistado pelo companheiro.
Na temporada seguinte a situação se inverteu, com Raikkonen cedendo o segundo lugar para Massa no GP da China, o penúltimo do ano mesmo assim o título ficaria com o inglês Lewis Hamilton, da McLaren.
Em 2010, porém, o GP da Alemanha era apenas a 11.ª etapa das 19 programadas. Ou seja, quando o engenheiro Rob Smedley transmitiu a ordem de equipe via rádio, tanto Alonso um pouco à frente na classificação quanto Massa ainda tinham chances de título.
Levando ao pé da letra, no entanto, o campeonato já havia passado da metade, limite apontado por Montezemolo para fazer a escolha deste ano. Mesmo após o episódio, Massa acredita que terá um equipamento tão competitivo quanto o de Alonso, e a Ferrari não o impedirá de lutar por vitórias. "Confio 100% na equipe. Sei que eles podem me dar um carro perfeito, para ganhar quantas corridas forem possíveis", diz, confiante no casamento com os pneus Pirelli no ano passado sofreu sem conseguir se adaptar aos compostos da Bridgestone.
O marco para saber se o brasileiro lutará pelo título ou assumirá mais uma vez apenas a função de escudeiro de Alonso será justamente o GP da Alemanha, no dia 24 de julho, desta vez a 10.ª das 19 etapas do campeonato.
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