Mais uma vez o tema Sebastian Vettel na equipe Ferrari dominou as notícias de Fórmula 1. Na terça-feira (26), o jornalista italiano Giorgio Teruzzi, da TV Mediaset, afirmou que o contrato já está até assinado e o alemão, bicampeão do mundo, hoje na Red Bull, será o companheiro de Fernando Alonso a partir de 2014. A realidade, no entanto, segundo profissionais próximos a Vettel, é bem distinta.
Para pessoas que trabalham com ele, Vettel até brinca com a onda de rumores, agora mais forte que nunca, que irá trocar a Red Bull pela Ferrari. Segundo um dos assessores mais íntimos, o alemão já se expressou a respeito inúmeras vezes. E o discurso é sempre o mesmo: 'só se fosse louco'. Primeiro seu time tem o mais brilhante projetista da Fórmula 1, Adrian Newey, e quando renovou seu contrato com a Red Bull Vettel questionou o engenheiro inglês sobre o que pretendia fazer no futuro. Só depois de receber garantia de Newey de que prosseguiria na direção técnica do time renovou seu compromisso. A primeira vez que contou essa história foi para o estadão.com.br, com exclusividade, no ano passado.
Mais: o contrato de Vettel com a Red Bull é até o fim de 2014 e não 2013. Portanto, em 2014, salvo rompimento do estabelecido, o alemão segue onde está. Ainda: Vettel ganha hoje o que a Ferrari lhe pagaria, não mais, algo perto dos 20 milhões de euros (R$ 50 milhões) por temporada. O que quer dizer que não há o apelo financeiro também para pensar na mudança.
E o principal para a história não fazer sentido, de acordo com pessoas da convivência com Vettel: ser companheiro de Alonso, na Ferrari, seria colocar em xeque seu futuro profissional, ao menos no nível como se apresenta hoje. Alonso é o tipo de piloto que precisa sentir o grupo ao seu redor para produzir com o brilhantismo de sempre, a exemplo da irretocável vitória domingo no GP da Europa. E a chegada de Vettel obrigaria a Ferrari trabalhar de forma diferente da que sempre fez, priorizando um dos seus pilotos, o de maior capacidade.
Não acabou: a própria direção da Ferrari tem consciência que um piloto como Vettel poderia desestabilizar Alonso, com foi o caso da convivência traumática com Lewis Hamilton na McLaren, em 2007. Seria um risco desnecessário porque o asturiano já é uma garantia de resultado. Luca di Montezemolo, presidente da Ferrari, e Stefano Domenicali, diretor, sabem disso melhor do que ninguém. E como o próprio Alonso disse, em Valência, "participo das decisões de escolha do meu companheiro na Ferrari", com toda certeza sua opinião seria contrária à contratação de Vettel.
Como se vê, essa transferência não atende aos interesses de ninguém. E por isso mesmo as possibilidades de ocorrer são quase nulas.
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