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O rico circuito Yas Marina, em Abu Dabi, é um dos que passaram a integrar o calendário após a expansão asiática | Karim Sahib/AFP
O rico circuito Yas Marina, em Abu Dabi, é um dos que passaram a integrar o calendário após a expansão asiática| Foto: Karim Sahib/AFP
  • O venezuelano Pastor Maldonado faz uma exibição com a Williams nas ruas de Caracas. Patrocínio forte garantiu o lugar dele como companheiro de Barrichello

No dia 30 de outubro, o venezuelano Pastor Mal­­do­­nado alinhará a sua Wil­liams no circuito de Greater Noi­­da, na Índia. O encontro entre dois estreantes, corredor e pista, ilustra bem o momento da Fór­mula 1, de uma globalização movida a altas cifras.

Especula-se que o patrocínio levado por Maldonado à Williams, da estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA), seja de 20 milhões de euros anuais (R$ 47,4 mi). Fruto da amizade com o presidente do país, Hugo Chávez. Há 27 anos um venezuelano não participava da F1.

É verdade que o piloto foi campeão da GP2 no ano passado e recebeu elogios após a pré-temporada. Para o diretor-técnico da equipe inglesa, Sam Michael, por exemplo, o amigo de Chávez tem um "talento natural". Já o companheiro Ru­­bens Barrichello afirmou: "É bom ter alguém que vai me pressionar".

Mas também é verdade que o alemão Nico Hulkenberg já tinha a experiência de uma temporada e havia sido o pole position no último GP do Brasil. Uma semana após o feito, porém, foi dispensado. Restou a ele se tornar reserva da Force India.

Vice-campeão da GP2, o mexicano Sergio Pérez conta com o apoio do homem mais rico do mundo, o compatriota Carlos Slim, dono da Tel­­mex. Além da gigante das telecomunicações, levou para a Sauber outras empresas do México: Claro, Telcel e Tequila Jose Cuer­vo, ávidas pela ex­­po­­sição proporcionada pelo retorno de um mexicano à F1 após 30 anos.

Outro novato, o belga Jérôme D’Ambrosio admitiu que teve de fechar um pacote de patrocínios para pegar a vaga na Virgin. Neste caso, quem ficou a pé foi o brasileiro Lucas Di Grassi. Já o escocês Paul di Resta impressionou a Force India como reserva em 2010, mas foi im­­portante a presença da fabricante de uísques White & Mackay, do seu país, como patrocinadora da equipe.

Os quatro estreantes estarão ao lado de Vettel, Alonso, Schumacher e companhia nos 19 circuitos por on­­de a F1 passará. Sete deles na Ásia, que continuou mostrando sua força econômica e aumentou a expansão com a entrada da Índia no calendário (ver mais nas páginas 6 e 7). Deveriam ser oito, não fosse o cancelamento do GP do Bahrein, que abriria a temporada.

A etapa indiana, em um circuito orçado em 216 milhões de euros (R$ 512 mi) – ainda em construção –, fecha a terceira letra do Bric. Das economias emergentes, o Brasil já tem seu GP desde 1973 e a China estreou em 2004. Falta a Rússia. Mas por pouco tempo. O go­­verno do país, que apoia o piloto Vitaly Petrov, da Lotus Renault, está erguendo um autódromo em Sochi, ao custo de 146 milhões de euros (R$ 346 mi), para estrear em 2014.

E o diretor comercial da F1, Ber­nie Ecclestone, não se cansa de ouvir a palavra milhões.

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