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Nick Wirth vive num mundo em que pilotos da Fórmula 1 testam carros que ainda nem foram construídos e que nunca serão colocados um túnel de vento.

O cérebro tecnológico por trás da nova equipe Virgin Racing produziu o primeiro carro de F1 desenhado inteiramente com meios digitais, usando dinâmica computacional fluida (CFD), em um desafio direto ao modo antigo de fazer as coisas.

Ele não tem dúvida de que a nova forma seja a certo, embora outros -- entre os quais o muito respeito chefe de engenharia da Williams, Patrick Head, e o chefe de equipe da Lotus, Tony Fernandes -- tenham reservas.

"A Virgin está muito convencida de que esse é o caminho, que dá para fazer tudo com CFD", disse Fernandes à Reuters na semana passada. "Sou do ramo da aviação, cara. Não dá. É preciso ter túnel de vento."

Ex-dono da extinta equipe Simtek e ex-projetista chefe da Benetton, Wirth rejeitou qualquer sugestão de que possa estar caminhando para o fracasso, apontando para seus êxitos nos EUA com carros projetados de maneira semelhante.

"É evidente que Patrick está acostumado a fracassar, porque já deixou de vencer", disse ele após uma apresentação feita pela equipe em Londres. "E, obviamente, ele investiu mal em dois túneis de vento, que são um pouco arcaicos."

"Acho que já fizemos lição de casa suficiente neste programa, tanto no desenvolvimento dos Indycars (Fórmula Indy) e de carros esportivos. Não há dúvida de que funciona, não há dúvida de que a tecnologia está correta", acrescentou Wirth.

"Posso lhe dizer a velocidade em que nosso carro fará a volta em Barcelona. Não vou lhe dizer, mas poderia. Sabemos exatamente onde estamos. Não sabemos onde vão estar todos os outros."

Wirth está voltando à Fórmula 1 depois de deixá-la dez anos atrás, desiludido.

A equipe Simtek -- o nome é uma abreviação de "tecnologia simulada" -- se desfez em 1995, um ano depois de seu piloto austríaco Roland Ratzenberger bater o carro e morrer no Grande Prêmio de San Marino de 1994, na véspera da morte de Ayrton Senna.

Wirth então se tornou projetista chefe da Benetton, mas a deixou em 1999.

Um acordo entre as equipes para reduzir os custos aos do início dos anos 1990 reacendeu seu entusiasmo.

"No final de 2008, Max (Mosley, o então presidente da FIA) começou a falar dessa ideia de um teto orçamentário... Pensei 'este é nosso mundo'", disse ele.

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