Governo do estado, prefeitura de Curitiba e Atlético unificaram o discurso sobre a Copa de 2014. A hipótese de um plano B para receber os jogos do torneio da Fifa no Paraná foi praticamente descartada. Todos fecharam com a Arena da Baixada.
Em uma reunião que durou cerca de duas horas, ontem, no Palácio das Araucárias, as partes chegaram a um consenso. Saíram afirmando que dificilmente o estádio do Rubro-Negro vai ser excluído da competição.
A solução não é nenhuma novidade exceto o fato de o clube não assumir nenhum ônus financeiro extra. O potencial construtivo da área onde fica a praça esportiva atleticana será cedido pela prefeitura para a construtora interessada em bancar 66,6% da empreitada. Os outros 33,3% como já havia sido acertado são responsabilidade do Atlético. O total da demanda está orçado hoje em R$ 138 milhões
Segundo o governador Orlando Pessuti, já "há três ou quatro construtoras interessadas". Porém, o nome de nenhuma foi revelado. Caberá ao clube da Baixada indicar a executora da maior parte da reforma.
"Estamos encaminhando para uma solução que tenho certeza ocorrerá ainda neste mês de agosto", indicou o governador, garantindo haver grupos empresariais que nem precisariam de financiamento para realizar a obra. "A minha certeza é que a Copa será em Curitiba e na Arena", cravou.
O presidente do Furacão, Marcos Malucelli, foi outro a sair satisfeito do encontro. O dirigente, antes tratado pelo poder público como vilão, mudou radicalmente o discurso sobre o impasse.
"Agora, só uma reviravolta tira a Arena da Copa", confirmou o mandachuva atleticano, sem explicar detalhes dessa fórmula mágica. Luiz de Carvalho, gestor do evento em Curitiba, opinou: "Acredito que o Atlético entendeu o propósito e o caminho indicado pela prefeitura e o governo."
A partir de hoje, integrantes do comitê paranaense correrão atrás dos departamentos técnicos e jurídicos do município e do estado. A intenção é acelerar as isenções fiscais que serão dadas a quem bancar a construção e, também, a forma legal de ceder o potencial construtivo.
O objetivo é iniciar as obras a partir de janeiro. O Atlético crê que em dois anos pode finalizar os trabalhos e entregar o estádio antes de dezembro de 2012.
Mas os entraves para atrasar essa meta são muitos. Para se escolher a construtora é necessária licitação. Os valores do projeto também precisam ser orçados novamente, pois os anteriores já estão ultrapassados, o que deve demorar cerca de 90 dias. "Mais do que os R$ 138 milhões orçados com certeza não será", falou Pessuti.
Ficou ajustado entre as partes a criação de uma comissão técnica com o objetivo de atualizar os custos da obra, composta por membros das esferas políticas e do Atlético.
As iniciativas da isenção de impostos e do potencial construtivo ainda dependem de aprovação da Assembleia Legislativa e da Câmara Municipal, respectivamente. O Conselho Deliberativo do Atlético também precisa votar a manobra.
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