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Fachada da Federação Paranaense de Futebol, no Tarumã: terreno foi comprado em leilão pela AK 7 Empreendimentos Imobiliários, que admite até alugar o local para a própria entidade | Felipe Rosa/ Gazeta do Povo
Fachada da Federação Paranaense de Futebol, no Tarumã: terreno foi comprado em leilão pela AK 7 Empreendimentos Imobiliários, que admite até alugar o local para a própria entidade| Foto: Felipe Rosa/ Gazeta do Povo

Silêncio

Resposta da entidade é uma incógnita

Da Redação

Apesar do golpe da arrematação judicial da sua sede, a Federação Paranaense de Futebol preferiu se calar. O assessor jurídico da entidade, Juliano Tetto, declarou estar impedido de se pronunciar sobre o tema, e o presidente Hélio Cury não atendeu a reportagem que esteve na FPF .

Dessa forma, não se sabe qual medida judicial será adotada para reverter o quadro.

De acordo com o advogado integrante do conselho fiscal da Federação, Osny Leite, os procedimentos nesses casos incluem uma ação de embargos à arrematação, com prazo de três dias após a citação, ou a remissão da dívida, com o seu pagamento.

"Em outras oportunidades, houve até a ajuda de outras federações que emprestaram dinheiro para evitar leilões, o próprio presidente usou dinheiro próprio para pagar dívidas", relembrou. Ele não sabe, entretanto, qual será a alternativa escolhida pela Federação, que pode ser até permitir o trânsito em julgado da ação, abrindo mão do bem.

Além da incerteza sobre o próprio destino da entidade, o leilão afetará também o Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-PR), instalado no mesmo endereço. "Por lei, é a Federação que cede o espaço e arca com as despesas do tribunal. Mas vamos aguardar o que realmente vai acontecer. Já temos um plano B", disse o ontem o presidente do tribunal, Peterson Morosko. Por ser integrante da Comissão de Direito Desportivo da OAB, essa proximidade pode facilitar uma transferência do tribunal para um espaço da Ordem.

A Federação Paranaense de Futebol (FPF) teve seu teto leiloado ontem, na casa de leilões Nogari, em Cu­­­­­­ri­­­tiba, para quitar dívidas com o Instituto Nacio­­nal de Seguridade So­­cial (INSS). A sede, um terreno de 2.170 metros quadrados com 800 metros quadrados construídos, no bairro do Tarumã, foi arrematada pelo grupo de investimentos AK 7 Empreendimentos Imobiliários pelo lance mínimo, R$ 2,031 milhões, equivalente a 60% do valor avaliado para a propriedade, que é de R$ 3,385 milhões. A Federação pode recorrer da medida.

Esse foi apenas o primeiro dos leilões que a entidade terá de enfrentar. Vizinho à FPF, o Estádio do Pinheirão, interditado desde 2007, é o próximo item a ser negociado, provavelmente no mês que vem, com valor estima­­do em R$ 78 milhões.

Na venda de ontem, esperava-se que a entidade conseguisse barrar o negócio, nos moldes do que ocorreu no lei­­lão anterior, quando o alvo era o estádio. Em outubro do ano passado, utilizando-se de empréstimos, a FPF pagou uma parcela da dívida e impediu a venda da praça de esportes antes que os primeiros lances fossem oferecidos.

A novela em torno da negociação da sede começou em maio de 2006, ainda sob a administração de Onai­­reves Moura, presiden­te afastado em 2007. Na épo­­ca, o terre­­no era avaliado em R$ 2 milhões e a dívida com o INSS chegava a R$ 215,4 mil.

Com o passar dos anos, os débitos acumulados até 2007 cresceram, atingindo mais de R$ 4,8 milhões. A falta de pagamento levou a sede a leilão no mês passado, mas não houve interessados – o que motivou a nova tentativa, desta vez pedindo pelo menos 60% do preço total.

A redução, porém, não atraiu muitos candidatos. Apenas um lance foi oficializado. E levou. "Neste tipo de leilão, de algo grande, não costuma aparecer muita gente, ainda mais por ser da FPF, o que é complicado", explicou o leiloeiro oficial Jorge Nogari, que conduziu o pregão. A AK 7 assumirá a dívida de IPTU do imóvel, estimada em R$ 270 mil.

A principal intenção do grupo que arrematou o imóvel, ao assumi-lo, é mantê-lo locado à própria FPF. Há também o desejo de ampliar o prédio e disponibilizar outras lojas para aluguel. Uma reforma não é descartada. A direção da AK 7 não se manifestou sobre a aquisição.

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