R$ 80 milhões
As duas áreas do Pinheirão uma doada pela prefeitura e outra concedida em contrato particular valem em torno de R$ 80 milhões. Com a concretização da venda, a Federação Paranaense de Futebol poderá quitar as dívidas, estimadas em R$ 50 milhões. Os valores são relacionados ao débito com impostos e também com o Atlético.
Quatro anos depois de lacrado pela Justiça e abandonado desde então, o Pinheirão está próximo de ser vendido. Ontem, a Federação Paranaense de Futebol (FPF) publicou um edital convocando uma assembleia geral extraordinária para tratar da "alienação de bens imóveis [Estádio do Pinheirão]", no próximo dia 1.º de setembro.
Ao que tudo indica, mera formalidade para confirmar a negociação da praça esportiva com uma empreiteira, mantida em sigilo, em parceria com o Coritiba e visando à Copa do Mundo de 2014, no Brasil. O processo se desenrola há um ano e, no dia 30 deste mês, o martelo deve ser batido.
Questionado sobre a negociação, o presidente da FPF, Hélio Cury, limitou-se a dizer que a "assembleia é soberana e os filiados decidirão". A depender dos clubes (profissionais e amadores) que, na maioria, sempre acompanham os desejos da entidade, não restam dúvidas da aceitação.
Além disso, é evidente a disposição da Federação em livrar-se do estádio e, consequentemente, de seus problemas com a Justiça, dívidas astronômicas e dificuldades de conservação. O Conselho Fiscal da FPF até já aprovou uma possível transação.
Outra parte interessada, o Coritiba nega o acerto para mudar do Alto da Glória para o Tarumã. "Não temos nenhuma ação nisso. Se existe algo, é um investidor que deve fazer algum empreendimento lá e está negociando direto com a Federação", manifestou-se o vice-presidente do clube, Vilson Ribeiro de Andrade.
O nome da empreiteira não é revelado. Porém é certo que a construtora oferece modelagem semelhante à proposta que a OAS fez ao Atlético, preterida pelos conselheiros rubro-negros, no último dia 27 de julho. O modelo prevê a cessão de parte da administração do estádio, como áreas de lazer e alimentação, além de recebíveis de sócios, camarotes e ingressos. No caso do Rubro-Negro, valeria por 20 anos.
Além do montante para adquirir o Pinheirão, a construtora possui o dinheiro necessário para cobrir as dívidas, em torno de R$ 50 milhões, entre impostos e o passivo com o Atlético, estimado em R$ 15 milhões.
Um representante da OAS disse que há a possibilidade de avançar no assunto, lembrando que a empresa já manteve contatos anteriores com o Alviverde, em termos parecidos ao atual.
Seria a confirmação da vontade de transformar o Pinheirão na casa coxa-branca, intenção aberta em 2009. Depois da desistência da W/Torre, o Coxa procurou parceiros para viabilizar um estádio no local.
Líder do projeto atleticano para a conclusão da Arena da Baixada visando à Copa do Mundo de 2014, Mario Celso Petraglia não aceitou se manifestar sobre a chance de reaparecimento de um estádio concorrente em relação ao torneio Fifa.
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