Vista do que restou das cadeiras superiores do Pinheirão: venda do estádio servirá para a Federação Paranaense de Futebol quitar dívida milionária| Foto: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo

R$ 80 milhões

As duas áreas do Pinheirão – uma doada pela prefeitura e outra concedida em contrato particular – valem em torno de R$ 80 milhões. Com a concretização da venda, a Federação Paranaense de Futebol poderá quitar as dívidas, estimadas em R$ 50 milhões. Os valores são relacionados ao débito com impostos e também com o Atlético.

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Quatro anos depois de lacrado pela Justiça e abandonado desde então, o Pinheirão está próximo de ser vendido. Ontem, a Federação Paranaense de Futebol (FPF) publicou um edital convocando uma assembleia geral extraordinária para tratar da "alienação de bens imóveis [Estádio do Pinheirão]", no próximo dia 1.º de setembro.

Ao que tudo indica, mera formalidade para confirmar a negociação da praça esportiva com uma empreiteira, mantida em sigilo, em parceria com o Coritiba e visando à Copa do Mundo de 2014, no Brasil. O processo se desenrola há um ano e, no dia 30 deste mês, o martelo deve ser batido.

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Questionado sobre a negociação, o presidente da FPF, Hélio Cury, limitou-se a dizer que a "assembleia é soberana e os filiados decidirão". A depender dos clubes (profissionais e amadores) que, na maioria, sempre acompanham os desejos da entidade, não restam dúvidas da aceitação.

Além disso, é evidente a disposição da Federação em livrar-se do estádio e, consequentemente, de seus problemas com a Justiça, dívidas astronômicas e dificuldades de conservação. O Conselho Fiscal da FPF até já aprovou uma possível transação.

Outra parte interessada, o Coritiba nega o acerto para mudar do Alto da Glória para o Ta­­rumã. "Não temos nenhuma ação nisso. Se existe algo, é um in­­vestidor que deve fazer algum empreendimento lá e está negociando direto com a Federação", manifestou-se o vice-presidente do clube, Vilson Ribeiro de An­­dra­­de.

O nome da empreiteira não é revelado. Porém é certo que a construtora oferece modelagem semelhante à proposta que a OAS fez ao Atlético, preterida pelos conselheiros rubro-negros, no último dia 27 de julho. O modelo prevê a cessão de parte da administração do estádio, como áreas de lazer e alimentação, além de recebíveis de sócios, camarotes e ingressos. No caso do Rubro-Negro, valeria por 20 anos.

Além do montante para adquirir o Pinheirão, a construtora possui o dinheiro necessário para cobrir as dívidas, em torno de R$ 50 milhões, entre impostos e o passivo com o Atlético, estimado em R$ 15 milhões.

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Um representante da OAS disse que há a possibilidade de avançar no assunto, lembrando que a empresa já manteve contatos anteriores com o Alviverde, em termos parecidos ao atual.

Seria a confirmação da vontade de transformar o Pinheirão na casa coxa-branca, intenção aberta em 2009. Depois da desistência da W/Torre, o Coxa procurou parceiros para viabilizar um estádio no local.

Líder do projeto atleticano para a conclusão da Arena da Baixada visando à Copa do Mundo de 2014, Mario Celso Petraglia não aceitou se manifestar sobre a chance de reaparecimento de um estádio concorrente em relação ao torneio Fifa.