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São Paulo – A empresa de contabilidade que vendeu notas fiscais frias para o Corinthians durante cinco anos, de 2000 a 2005, com prejuízo ao clube de R$ 436 mil e conhecimento e conivência do presidente Alberto Dualib e do seu vice, Nesi Curi, pode ter espalhado no Parque São Jorge uma ramificação fraudulenta bem maior que as 80 notas apreendidas pelo Ministério Público Estadual.

O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) tem indícios de que a N.B.L. Serviços Contábeis "fabricou" notas falsas em diversos setores do Corinthians, de restaurante a serviços de limpeza, passando pelo setor de informática, povoando assim a administração do clube de documentos ilícitos, cuja contabilidade registrou como sendo serviços prestados por fornecedores de fora.

A N.B.L. é de propriedade de Juraci Benedito, também acusado por crime de estelionato e formação de quadrilha. Ele confessou nos autos que recebia R$ 17 mil por mês no esquema fraudulento.

No dia em que os policiais do Deic, juntamente com promotores públicos do Gaeco, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado, deram uma batida no Parque São Jorge, novas notas frias e de outras empresas ligadas a Juraci foram encontradas, entre elas a JLSB Consertos e Informática.

Três computadores também foram apreendidos (um deles da MSI) e estão sendo periciados. Em gravações registradas pela ‘Operação Perestroika’, da Polícia Federal, Dualib aparece dizendo que protegeu Nesi Curi durante 14 anos – tempo de sua gestão no clube – emitindo notas frias. "Tirei notas de 14 anos para cá para poder livrar a cara dele (Nesi)", disse Dualib, dia 23 de novembro, em diálogo por telefone com Renato Duprat.

"São notas de valores pequenos, picados, que dificilmente chamariam a atenção dos contadores. É procedimento comum a quem faz isso", explica o delegado Maurício Guimarães Soares.

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