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Jogadores da seleção brasileira deixam o campo sem esboçar comemoração pelo bronze. No telão, tímidos abraços da comissão técnica. | Rodolfo Bührer, enviado especial/ Gazeta do Povo
Jogadores da seleção brasileira deixam o campo sem esboçar comemoração pelo bronze. No telão, tímidos abraços da comissão técnica.| Foto: Rodolfo Bührer, enviado especial/ Gazeta do Povo

Quando o juiz austríaco Thomas Einwaller apitou o fim do confronto com a Bélgica, os jogadores da seleção brasileira fizeram a menção de sair logo do campo, como fazem em partidas corriqueiras. No mesmo momento, o volante Lucas, que não jogou por estar suspenso, mas teve acesso ao banco de reservas, começou a abraçar todos que via pela frente. O técnico Dunga, o auxiliar Jorginho... Em seguida, entrou em campo para cumprimentar os companheiros. Foi quando "caiu a ficha" dos outros jogadores, que começaram a se abraçar pela vitória por 3 a 0 que garantiu ao Brasil o bronze na Olimpíada de Pequim.

Não era, claro, a medalha que eles queriam, por isso a inconsciente frieza inicial. Mas, depois de um mês de trabalho e da saraivada de críticas recebidas após o fiasco contra a Argentina, os jogadores encontraram um motivo para, pelo menos, terminar com vitória a participação nos Jogos de Pequim. "Era uma questão de honra", definiu o meia Diego. "Foi uma honra fazer dois gols e ajudar a seleção a conquistar esse bronze", acrescentou o atacante Jô.

A medalha foi garantida numa partida em que o Brasil foi bem no primeiro tempo, abriu o placar, atuou mal no segundo, levou alguns sustos e voltou a ser vaiado por causa da insistência em tocar bola no campo de defesa. Mas a vitória foi tranqüila: Diego abriu o caminho ao concluir cruzamento de Rafinha e Jô fez 2 a 0 ao aproveitar o rebote do goleiro num chute de Ramires, em lance que começou com Ronaldinho Gaúcho. Já no fim da partida, Jô, numa arrancada desde o meio-de-campo, marcou o terceiro.

O esforço para valorizar o terceiro lugar foi coletivo. "O bronze também tem muito valor", repetia Ronaldinho Gaúcho. "Essa medalha vai ajudar o Brasil na classificação geral. É importante, sim", considerou o lateral-esquerdo Marcelo. "É a quarta vez que o Brasil ganha medalha", ressaltou o técnico Dunga.

O bronze de ontem se junta ao ganho em Atenas-1996 e às pratas de Los Angeles-1984 (que Dunga conquistou como jogador) e Seul-1988.

Apesar do discurso a favor da importância do bronze, existe a expectativa para saber como estaria o ânimo deles na madrugada de hoje, na cerimônia de premiação marcada para o Ninho de Pássaro, em Pequim, logo após a decisão entre Argentina e Nigéria. O Brasil vai estar no lugar mais baixo do pódio, posição que deve gerar algum desconforto, principalmente se os argentinos estiverem no lugar mais alto.

É certo, contudo, que o bronze será o único prêmio que levarão da China. Semana passada, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, comunicou que apenas a medalha de ouro valeria prêmio em dinheiro. Não falou em valores – seria algo "justo e compatível" com o feito. O critério serviu também para a seleção feminina. Com a prata, as mulheres, que foram embora da China ontem, também ficarão de mãos vazias.

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