A insatisfação mudou os rumos da carreira do nadador Henrique Rodrigues. Do badalado Projeto Rumo ao Ouro (PRO) 2016, encabeçado pelo campeão mundial e olímpico Cesar Cielo, para liderar a sua própria equipe. Desta vez, em casa. O atleta deixou São Paulo em agosto e agora organiza a formação de um time com atletas da seleção brasileira da natação para treinar em Curitiba.
Henrique Rodrigues integrou o supertime do PRO 2016 desde o lançamento em fevereiro. A iniciativa inédita no Brasil reuniu nadadores de alta performance para trabalhar em tempo integral com técnico exclusivo em São Paulo.
E foi exatamente o trabalho que não funcionou para o atleta. Especialista nos 200 m medley, ele não encontrou o que buscava. "Eu não preciso de velocidade, preciso de resistência. Foi mais o lance de treinamento mesmo. Fui para lá esperando resultado, e o resultado não veio. Fiquei frustrado", admite o nadador.
O treinador da equipe, Alberto Silva, o Albertinho, atribui a saída a aspectos emocionais. "Ele [Henrique] estaria com muitas saudades da família", disse ao site Best Swimming. Mas o resultado no Mundial de Natação pesou muito mais do que isso. Único paranaense em Xangai, ele não teve bom desempenho e foi eliminado nas semifinais dos 200m medley, sua principal prova.
"Fiquei muito decepcionado. Pela primeira vez na carreira eu pensei em parar de nadar. Passei três dias conversando com meus pais e minha namorada até altas horas, e vi que essa era a melhor opção", justificou.
O período pré-Mundial coincidiu também com a imensa polêmica envolvendo o doping de Cesar Cielo. "O momento não era muito bom. Mas não houve desavença alguma. Na saída, eu falei que não queria que nada abalasse a amizade com eles", afirmou. Ele também garante que o retorno nada teve a ver com o acerto entre o PRO 2016 e Thiago Pereira, concorrente dele na mesma prova e anunciado logo após a sua saída. "Na verdade, eu não sabia que estavam negociando com ele."
Futuro
De volta a Curitiba, Henrique Rodrigues se divide entre as piscinas e a negociação para a formação de uma equipe de ponta na cidade. O comando ficará a cargo do técnico Antônio Henrique. Duas atletas da seleção já estariam certas para se transferirem para a cidade. Para não atrapalhar as negociações, o anúncio dos nomes, porém, só deve ser feito após o Pan de Guadalajara, no México, em outubro. "A intenção é contar com cinco atletas, no máximo, para fazer um trabalho mais personalizado", explicou o nadador.
Por enquanto, ele está bancando a ideia sozinho. Porém, já conta com um projeto aprovado através da Lei de Incentivo ao Esporte para garantir a estrutura.
Apesar de tantas mudanças, o objetivo é o mesmo que o levou para São Paulo. "O foco é a medalha olímpica. Em Londres e também em 2016", garante.
E foi exatamente a proximidade com os Jogos de 2012 que acelerou sua decisão de abandonar o antigo projeto. "Ainda dá tempo", espera.
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