Se foi o ano do futebol. Depois de eliminações precoces no Paranaense, Copa do Brasil e a má campanha no Brasileiro, o Atlético até foi longe na Sul-Americana. Mas não resistiu ao melhor futebol apresentado pelo Pachuca nos dois jogos semifinais. Depois de perder por 1 a 0 na Arena, acabou goleado por 4 a 1 ontem, no Estádio Nuevo Hidalgo (conhecido no México por "Huracán", furacão em espanhol).
O Rubro-Negro pode até reclamar do pênalti mal marcado pelo árbitro equatoriano Maurício Reinoso Danilo apenas encostou o braço em Mosquera , que deu o empate aos Tuzos aos 13 minutos do segundo tempo na cobrança de Giménez. Porém o adversário já havia sido amplamente superior desde a primeira etapa.
Mesmo precisando da vitória para se classificar, o Atlético praticamente não conseguiu incomodar o goleiro Calero. Ao contrário, como no jogo de ida, foi dominado pelo toque de bola mexicano. E as chances claras de gol foram se sucedendo contra a meta defendida por Cléber.
Ele até vinha se virando bem, o que deu chance ao Furacão de abrir o placar aos 41 minutos, em seu segundo chute a gol, e ver perto a classificação para enfrentar o chileno Colo-Colo na final. Jancarlos fez boa jogada pela direita e cruzou rasteiro, o goleiro e o lateral-direito Cabrera se atrapalharam e entregaram a bola limpa para Ferreira mandar para a rede.
Era a chance do time brasileiro se recompor, apertar a marcação e explorar os contra-ataques depois do intervalo para buscar a vaga sem depender dos pênaltis. Mas o que se viu foi uma avalanche mexicana.
A pressão era forte quando o árbitro inventou o pênalti e jogou o empate no colo do Pachuca, que a partir daí impôs sua superioridade técnica e não parou mais de fazer gols. Apenas cinco minutos depois Giménez virou, de cabeça, aproveitando a crônica deficiência da defesa atleticana nas bolas altas.
A expulsão boba de Jancarlos logo em seguida acabou de vez com qualquer possibilidade de reação. Até porque o técnico Vadão tirou o atacante Marcos Aurélio para colocar o meia Willliam compondo a ala-direita. Mas nem mesmo a precaução defensiva evitou a goleada, concretizada por dois gols de Cacho.
Agora resta ao Atlético, no ano que era para ser o do futebol, buscar a vaga na Sul-Americana do ano que vem. Em quatro dias terá de recobrar as forças e enfrentar o Figueirense na Vila Capanema, de portões fechados. Depois vencer a melancolia para terminar a temporada contra a Ponte Preta fora de casa.
Em Pachuca
Pachuca 4Calero; Cabrera, Mosquera, López e Pinto; Salazar, Correa, Caballero e Chitiva (Álvarez); Giménez (Arellano) e Landín (Cacho).Técnico: Enrique Meza.
Atlético 1Cléber; Jancarlos, Danilo, João Leonardo e Michel; Erandir (Marcelo Silva), Alan Bahia, Cristian (Válber) e Ferreira; Marcos Aurélio (William) e Dênis Marques.Técnico: Vadão.
Estádio: Miguel Hidalgo. Árbitro: Maurício Reinoso (EQU). Gols: Ferreira (A) aos 41 do 1.º tempo; Giménez (P) aos 13 e aos 18, Cacho (P) aos 30 e aos 35 do 2.º tempo. Amarelos: Cacho (P); Jancarlos, Erandir (A).Vermelho: Jancarlos (A).