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Frustrado por ter sido impedido de realizar o sonho de ingressar no milionário e glamouroso mundo do futebol pela falta de intimidade com a redonda? Sem disposição para vestir o agasalho, arranjar um bonezinho e migrar para a beira do gramado após anos correndo atrás da pelota? Porém, ainda em busca – ou querendo se manter – na vida dedicada ao esporte mais popular do planeta? Não se desespere, agente Fifa é a carreira adequada para você.

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Categoria nobre entre os empresários de atletas – graças à carteira expedida pela entidade máxima do futebol que autoriza o trabalho com os jogadores, assim como a participação em suas negociações – o agente Fifa é um rentável e emergente filão do mercado esportivo, figura de destaque em meio ao exército de agentes nascidos da Lei Pelé. Atrai jovens empresários, advogados, profissionais de imprensa e marketing e, principalmente, ex-jogadores de futebol.

Como pré-requisito para se escalar no "time grande" dos agentes oficiais, um comprovante de conclusão do segundo grau e – aí vem a facada, ou o investimento, dependendo do tamanho do bolso do interessado – cerca de R$ 8 mil para os gastos iniciais. Nessas despesas, estão a inscrição na prova realizada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e, tendo sucesso no exame, a licença, o credenciamento e, por fim, um seguro anual de responsabilidade profissional.

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Mas tem mais. Dois celulares, aparelho de DVD portátil (com gravador), lap-top, fax e impressora são artigos indispensáveis no cinto de utilidades do agente profissional. Um carro de ponta para impressionar também é importante, assim como freqüentar bons restaurantes. E, aos poucos, disposição para aprender inglês e espanhol para evitar ser enrolado.

Compensa tudo isso? Sem dúvida. Milhões de dólares e euros passam pelas mãos dos agentes Fifa. Autorizados pela lei a ganhar até 10% nas transações de jogadores, e em todos os seus proventos, não há negociação em que estes profissionais não estejam envolvidos. Tudo por conta da carteira, que regula a profissão e, assim, os torna pontes confiáveis no trato com as montanhas de dinheiro envolvidas.

Porém, quem acha que vai entrar na jogada já tratando dos contratos de "Kákás e Robinhos" se engana, antes tem que ralar. Primeiro, garimpando jogadores para criar sua carteira, geralmente em parceria com bons olheiros e integrantes de categorias de base dos clubes, iniciando assim as parcerias e contatos que vão dar impulso ao empreendimento.

"Tem que ter vocação, pois é um mundo complicado. Vai lidar com empresário forte, com mãe de jogador. É preciso criar um boa rede de contatos e entender bastante de futebol para se dar bem. Bastou sair o nome no site da Fifa que a vida muda radicalmente", aponta Nílson Ribeiro, 45 anos, administrador de empresas com diversas pós-graduações no esporte, professor de uma espécie de cursinho para gestão esportiva, especialmente para a carreira de agente credenciado. Através de seu site (www.agentefifa. com.br), ele vende um kit (apostila e CD) contendo todas as informações que um postulante ao cargo pode precisar.

"Numa boa tacada um agente Fifa pode ficar rico", revela o professor Ribeiro, que recebe cerca de 100 pedidos do kit por mês, e vende em torno de 10. "A procura só vem aumentando", diz. Com a janela de transferências para a Europa se encerrando quarta-feira (31/1), período em que o trabalho compreende as 24 horas do dia em busca de um lugar para seus atletas no paraíso do mapa da bola, muitos representantes estão agora só esperando as verdinhas caírem na conta após terem fechado contratos.

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