Os 26 jogos da Copa América do Chile produzirão uma série de histórias que darão a cara da edição 2015 do torneio. Antes mesmo de a bola rolar, porém, há algumas que merecem atenção especial. Selecionamos dez delas.
Neymar x Zúñiga
Logo no segundo jogo da Copa América, Neymar estará diante do jogador que o tirou de sua primeira Copa do Mundo. Camilo Zúñiga segue vestindo a camisa 18 da Colômbia, adversária da seleção brasileira no dia 17 de junho, no Estádio Monumental de Santiago. Quase um ano depois da joelhada que fraturou a terceira vértebra do craque brasileiro, os dois jogadores vão se reencontrar em fases bem diferentes. Neymar fez a melhor temporada de sua carreira no Barcelona, enquanto Zúñiga, após ter diversas ameaças contra si e sua família por causa do incidente na Copa, sofreu com uma contusão no joelho ao longo da temporada pelo Napoli.
Um centímetro para a glória
Ainda hoje ecoa pelo Mineirão o som seco da bola carimbando o travessão à direita das tribunas do estádio. Resultado de um petardo de Maurício Pinilla, no último minuto da prorrogação de Brasil x Chile, pelas oitavas de final da Copa do Mundo de 2014. A disputa foi para os pênaltis. O Brasil seguiu até ser massacrado pela Alemanha no mesmo Mineirão. Pinilla tatuou o lance no seu corpo, com a frase “Um centímetro para a glória”. A frase virou mote de campanha de tevê no Chile para o torneio. Para os chilenos, chegou a hora de cruzar este centímetro que separa o país do seu primeiro título continental.
Cerco aos cartolas
A Copa América do Chile é a primeira do contrato comercial que rendeu à nata da cartolagem do continente US$ 110 milhões em propina. Alguns deles foram presos – casos de José Maria Marin, Eugenio Figueiredo, Rafael Esquivel e Nicolás Leoz. Outros, como Marco Polo Del Nero, devem evitar ir ao Chile para não correr o risco de reforçar o time de cartolas detidos. Também há a expectativa sobre novos desdobramentos do caso ao longo do torneio e de como os cartolas vão se comportar após serem pegos em flagrante.
El Loco Sória
“Louco” é um dos apelidos mais comuns do futebol sul-americano. Abreu, Bielsa e, agora, Maurício Sória. O ex-goleiro e atual técnico da seleção boliviana ocupa as horas vagas pilotando carros de corrida – tem alguns títulos em seu país. Também é faixa preta de caratê. E, principalmente, colecionador de polêmicas. Em 2013, precisou se desculpar publicamente após chamar Potosí de “cidade de merda”. Não raro discute com adversários e os próprios jogadores à beira do gramado. Até o momento, sua primeira loucura na Copa América é apostar em um jovem de 18 anos, Sebastián Gamarra, para comandar o meio-campo da equipe.
Usain Bolt de chuteiras
Darren Mattocks tem uma missão difícil: ser ídolo em um país sem tradição no futebol que ainda por cima pariu o maior velocista da história. Para sair da sombra de Usain Bolt, Mattocks serve-se da principal virtude do maior nome da história do esporte jamaicano: a velocidade. “Consegui 11s907”, publicou no Twitter no início de 2014, referindo-se à sua marca em um game para iPhone que consiste em correr os 100 metros rasos com Bolt. A velocidade é a grande virtude de Mattocks, eleito calouro do ano na temporada 2012 da Major League Soccer, pelo Vancouver Whitecaps. Com passadas rápidas e gols, ele pretende ajudar a convidada Jamaica a repetir o que a também caribenha Costa Rica fez na Copa de 2014: sobreviver ao grupo da morte mesmo sendo a zebra da chave. No Chile, os Reggae Boyz terão de desbancar Argentina, Uruguai e Paraguai.
Messi e Tévez lado a lado
Por quatro anos, a Argentina abriu mão de ter lado a lado dois dos maiores atacantes do mundo. Decisão de Alejandro Sabella não oficialmente baseada em uma crise de relacionamento entre Lionel Messi e Carlitos Tévez – obviamente, a balança sempre pendeu para Messi. Tata Martino tratou de desfazer a cisão. Assim que assumiu a Albiceleste após a Copa de 2014, tratou de trazer novamente Tévez para a seleção. “Nunca tive problemas com Carlitos. Me dou muito bem com ele”, disse Messi. Os dois estiveram juntos pela última vez em uma competição oficial na Copa América de 2011. Mesmo em casa, a Argentina foi eliminada nas quartas de final. Conseguirão escrever uma história diferente?
O treino de PlayStation do Chile
Jorge Sampaoli carrega a maior responsabilidade da sua carreira: conduzir o Chile ao primeiro título de Copa América da sua história. Responsabilidade natural pela Roja ser a anfitrião do torneio, mas potencializada pela ótima Copa-2014 e o brilho europeu dos dois principais jogadores do país: Alexis Sánchez e Arturo Vidal. Para preparar a sua equipe mesmo à distância, Sampaoli recorreu à tecnologia. Ele pediu a ajuda de programadores chilenos para fazer adaptações nos games Fifa e Pro-Evolution Soccer para introduzir informações sobre os adversários. Assim, ele poderia pedir aos seus jogadores que controlassem a si mesmo no game, enfrentando jogadores virtuais com as características dos adversários da Copa América. A partir desta quinta-feira (11), o Sampaoli medirá os resultados reais do treino virtual.
Vende-se atestado médico
Os chilenos invadiram aos milhares o Brasil para acompanhar os jogos da Roja na Copa do Mundo de 2014, no Brasil. Quem ficou no Chile desdobrou-se para assistir às partidas, dando origem a uma curiosa estatística de saúde do trabalho. Em junho de 2014, as empresas chilenas registraram 15% a mais de faltas por razões médicas do que no mesmo mês de 2013. Variação concentrada principalmente em dias de jogos da seleção chilena. Logo a polícia descobriu um intenso comércio de venda de atestados frios. Por US$ 110 era possível conseguir um aval médico para faltar ao trabalho – ao invés de ir ao hospital, os trabalhadores aproveitavam a folga forçada para ver sua seleção em casa, nas ruas ou, em casos extremos, viajar até o Brasil e acompanhar os jogos do estádio. Por precaução, as autoridades de saúde prometem apertar a fiscalização na Copa América. De cara, têm divulgado amplamente que quem for flagrado apresentando atestado falso estará sujeito a multa de até US$ 4 mil e três anos de prisão.
Gole liberado na Colômbia
A euforia pela estreia da Colômbia na Copa de 2014 – vitória por 3 a 0 sobre a Grécia, em Belo Horizonte – desencadeou uma onda de violência nas ruas de Bogotá. A reação do governo colombiano foi implementar a Lei Seca na capital nos outros dias de jogos da seleção no Mundial. Para a Copa América será feito um teste. Não haverá Lei Seca no jogo de estreia, contra a Venezuela, neste domingo (14). Na prática, um teste para o jogo que realmente preocupa: o da segunda rodada, contra o Brasil.
Quem é Geferson?
O corte do lateral esquerdo Marcelo provocou a mais polêmica convocação da seleção brasileira da Copa América. Com apenas 16 jogos com profissional, Geferson, do Internacional, foi chamado por Dunga. A justificativa do treinador foi de que se trata de um teste visando à Olimpíada – o jogador tem 21 anos. Não colou, especialmente depois de ser revelado um contrato da CBF que dá brecha para ingerência externa nas convocações. Inicialmente reserva de Filipe Luís, Geferson terá de provar na bola que mereceu a inesperada convocação.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Deixe sua opinião