O Brasil saiu duplamente derrotado do Estádio de Concepción, no Chile. Após empate por 1 a 1 no tempo normal, a seleção brasileira perdeu por 4 a 3 para o Paraguai, nesse sábado (27), nos pênaltis. Encerra, assim, a Copa América de 2015 da mesma maneira que a de 2011: eliminado pelo mesmo adversário, nas quartas de final.
A segunda derrota é a médio prazo. A punição de quatro jogos imposta a Neymar pela expulsão contra a Colômbia, na primeira fase, não mais poderá ser cumprida na Copa América. Ele terá de pagar dois jogos nas duas primeiras rodadas das Eliminatórias da Copa de 2018.
Prejuízo somado que se torna em mais um duro golpe na autoestima da seleção brasileira, dilacerada pelo 7 a 1 para a Alemanha, na semifinal da Copa do Mundo de 2014. Coadjuvantes de Neymar na geração atual, como Roberto Firmino e Phillipe Coutinho, tiveram atuação apagada. O gol nos 90 minutos veio com uma dupla velha conhecida: jogada de Daniel Alves, gol de Robinho, aos 14 do primeiro tempo, momento em que o Brasil dominava o jogo.
A seleção de Dunga foi reduzindo o ritmo e dando campo ao Paraguai. O cenário que pedia equilíbrio acabou contando com o surto periódico de Thiago Silva. Repetindo as oitavas de final da Liga dos Campeões, decidiu, sabe-se por que razão, colocar a mão numa bola disputada no alto, sem risco iminente de gol. Eram 26 minutos quando Derlis González bateu o pênalti e empatou. Eram 34 quando o mesmo González recebeu pela direita e parou em Jéfferson. O Brasil já estava no lucro. Dunga trocara Willian por Douglas Costa e Firmino por Tardelli, mas o time não funcionava. Nos pênaltis, Éverton Ribeiro e Douglas Costa erraram.
“Infelizmente, a gente caiu de produção. A gente teve oportunidade de matar o jogo. A seleção paraguaia, com todo o respeito, não é das melhores. Tivemos oportunidade de matar, não matamos. Bobeira nossa. Infelizmente, perdemos”, comentou Robinho, que, substituído, não pôde cobrar pênalti. “Eu queria ficar. Mas é opção do treinador, respeito. Sempre bati pênaltis. A gente sabe que precisa melhorar muito. Perdeu um, perdeu todo mundo.”
Nesta segunda-feira (29),Chile e Peru fazem a primeira semifinal, em Santiago. Na terça-feira (30), Argentina e Paraguai definem, em Concepción, o segundo finalista.
Chave do jogo
O Brasil fez o gol cedo e recuou, tomou sufoco do Paraguai, que abusou das bolas aéreas para chegar ao empate. A defesa se mostrou insegura, o meio sem criatividade e o ataque ganha vida apenas em jogadas individuais.
Gols
14min – 1x0: Elias lança Daniel Alves na direita. O lateral vai ao fundo e crua para trás. Robinho aparece no meio da área e completa para o gol vazio.
26min – 1x1: Thiago Silva põe a mão na bola em disputa pelo alto com Valdéz. Pênalti que González cobra no canto esquerdo.
Pênaltis
Fernandinho (gol), Everton Ribeiro (para fora), Miranda (gol), Douglas Costa (para fora), Phillipe Coutinho (gol)
Martínez (gol), Cáceres (gol), Bobadilla (gol), Santa Cruz (para fora), González (gol).
Craque
Comandante brasileiro, o atacante faz papel na armação, na recomposição e na finalização do time. Marcou o gol brasileiro em jogada que ele começou e foi para a área finalizar.
Bonde
Não se encontrou em campo. Pouco pegou na bola, não participou das jogadas de ataque brasileiras e não preocupou a zaga paraguaia.
Guerreiro
Com velocidade, explorou a deficiente marcação de Daniel Alves na direita e ainda é o homem das bolas paradas paraguaias. Marcou o gol de pênalti que empatou o jogo.