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Neymar preferiu não falar com a imprensa antes do depoimento à Justiça da Espanha. | CURTO DE LA TORRE/AFP
Neymar preferiu não falar com a imprensa antes do depoimento à Justiça da Espanha.| Foto: CURTO DE LA TORRE/AFP

O atacante Neymar chegou às 16h49 (13h49 de Brasília) desta terça-feira (2) para depor na sede da Audiência Nacional, órgão da Justiça espanhola que investiga suspeita de fraude em sua transferência do Santos para o Barcelona, em 2013.

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O jogador chegou acompanhado do pai, Neymar da Silva Santos, que também vai prestar depoimento, e de advogados.O atacante passou por dezenas de jornalistas que o esperava sem dar declarações. Olhava para a tela do celular durante parte do percurso.

O processo na Audiência Nacional está em fase de instrução. O juiz José de la Mata acolheu a queixa da empresa brasileira DIS Esportes e Organização de Eventos, que detinha 40% dos direitos federativos de Neymar quando ele ainda era jogador do Santos.

A empresa se considera prejudicada porque o jogador e o clube teriam, supostamente, ocultado o real valor da transação. Oficialmente, a transferência de Neymar custou 57 milhões de euros, sendo que 17 milhões de euros teriam sido pagos ao Santos. Um contrato firmado entre Neymar, seu pai e os dois clubes em 2011 teria assegurado ao jogador 40 milhões de euros, em troca da garantia da transferência dois anos depois.

A investigação da Audiência Nacional estipulou que o valor real da transferência de Neymar para o Barcelona foi de 83,3 milhões de euros. Na Audiência de Barcelona há outra investigação em andamento sobre os supostos delitos fiscais cometidos durante a transação.

O juiz da Audiência Nacional aceitou a tese da DIS de que o contrato prévio, de 2011, lhe impediu de negociar a transferência de Neymar no mercado e de obter valores ainda mais altos com outros clubes interessados no craque brasileiro.

O magistrado solicitou cópias das propostas feitas ao Santos, entre 2009 e 2013, pelo Chelsea, pelo Real Madrid, pelo Bayern de Munique e pelo Manchester City.

No processo, em que Neymar e os dirigentes do Barcelona depõem na condição de investigados, sob suspeita de estelionato e corrupção privada, o juiz José de la Mata considera que as duas partes “simularam contratos para disfarçar o que na realidade era pagamento por transmissão de direitos federativos”.

Nesta segunda-feira (1º), depuseram o atual presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, e seu antecessor, Sandro Rosell.

Os dois dirigentes se limitaram a ratificar declarações que já haviam prestados anteriormente. O clube nega qualquer irregularidade nos contratos de transferência.

Os réus podem ser condenados a pagar uma indenização, mas também à prisão. As penas dos dois crimes apontados, corrupção privada e estelionato de contrato simulado, variam de seis meses a quatro anos de detenção. Somadas, podem chegar a oito anos de prisão.

Em campo

O técnico do Barcelona, Luis Enrique, disse que as investigações não afetam o rendimento de Neymar em campo. “Neymar está perfeito. De zero a um milhão, esta situação o afeta em 0,0001. É um assunto repetitivo, que leva muitos anos já. Não tem relação com o futebol e se resolverá quanto tiver que se resolver”, disse Luis Enrique nesta terça-feira.

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