Advogado do Atlético e ex-dirigente do Coritiba, Domingos Moro, 57 anos, foi encontrado morto em seu apartamento em Copacabana, no Rio de Janeiro, neste domingo (12). Informações preliminares apontam para um mal súbito como a causa da morte.
Antes previsto para o Rio de Janeiro, o sepultamento do curitibano vai ocorrer nesta terça-feira (14), em Curitiba. O Furacão, clube o qual o advogado defendia com regularidade, se comprometeu a arcar com os custos do enterro. Moro não tinha irmãos e os pais dele são falecidos.
O velório será a partir das 12h desta terça-feira (14), na Capela do Vaticano, em Curitiba. O sepultamento está marcado para as 17h
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PERFIL: Leia texto publicado pela Gazeta do Povo em 2012 sobre Domingos Moro - ‘Ilusionista’ faz do tapetão uma arte
O Furacão publicou nota em seu site sobre o falecimento de seu advogado nos tribunais esportivos: “Reconhecido na justiça esportiva brasileira, Moro defendeu o Clube com maestria, inúmeras vezes, nos tribunais. Foi um admirável exemplo de ética e profissionalismo”.
O Coxa, clube do coração do advogado, se manifestou via Twitter: “Com muito pesar o Coritiba lamenta o falecimento do Dr. Domingos Moro. Nossos sentimentos para todos parentes e amigos”. Moro atuou como dirigente do Coritiba por diversos anos. Foi vice-presidente em 2003 e 2004 na gestão Giovani Gionédis e foi candidato à presidência do clube em 2007, sendo derrotado nas urnas por Jair Cirino dos Santos.
O advogado atuou também como dirigente do Coxa. Foi vice-presidente em 2003 e 2004 na gestão Giovani Gionédis e candidato à presidência em 2007, derrotado por Jair Cirino dos Santos.
Para Gionédis, a morte de Moro é uma perda significativa para o direito esportivo nacional. “Era um grande tribuno. Dedicou boa parte de sua vida ao clube de coração e foi muito importante para o resgate do Coritiba no início dos anos 2000”, afirma o ex-presidente, também advogado.
Jogador do Alviverde enquanto Moro era dirigente do clube, o ex-meia Alex também comentou a perda:
A fama de Moro extrapolou o Paraná, devido ao sucesso no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no Rio. Ao ponto de ser chamado de “advogado das causas impossíveis” e “Ilusionista” pelo estilo espalhafatoso e apaixonado no tapetão.
“Mas não é por vender ilusões. Trata-se de uma referência ao ilusionista do filme, que usava muito as mãos, recursos cênicos. Sempre gostei muito de oratória, falar em frente do espelho é um bom treino”, explicou Moro à Gazeta do Povo em 2012.
Costumeiramente questionado sobre sua opção sexual, Moro deu a seguinte resposta, também para a Gazeta em 2012: “Sou muito bem resolvido. Se você tem sucesso na vida, das três uma: ou você é ladrão, ou você é corno, ou tem uma preferência sexual que não é socialmente recomendável. Não sou corno e nunca fui ladrão”.
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A bola do gol
Em 2004, Moro estreou no Direito Esportivo defendendo o atacante Aristizábal, contratado a peso de ouro pelo Coxa para a temporada em que o clube voltaria a jogar a Libertadores da América. Ao final do julgamento, que poderia render uma punição severa por agressão física, o advogado travou um diálogo com a bola do primeiro gol do colombiano vestindo a camisa alviverde, mostrando como o objeto era importante na vida do jogador. A inspiração veio do filme “O Náufrago”, no qual o ator Tom Hanks, perdido em uma ilha deserta, faz amizade com uma bola da marca americana Wilson.
Homem-Bomba
O Atlético foi parar no STJD em 2009, em virtude do arremesso de bombas dentro da Baixada, num Atletiba válido pelo Brasileiro. Para provar que a revista antes das catracas não conseguia perceber o ingresso dos artefatos no estádio, Moro viajou de Curitiba ao Rio de Janeiro portando os explosivos escondidos. E, em plena tribuna, sacou as bombas do paletó, do sapato, do bolso da calça... “Mostrei que nem mesmo a inspeção rigorosa de um aeroporto é capaz de deter os explosivos, como ficou comprovado. Quanto mais uma simples e rápida revista”, diz. O Furacão acabou escapando da punição.
Bala, cadeira, chinelo...
Moro gosta mesmo de lançar mão de artifícios estranhos ao dia a dia do tribunal. Além das bombas, ele já surpreendeu com uma bala (doce), chinelo, caneta laser e até uma cadeira. No caso da bala – quando o Atlético foi parar no tribunal, em 2008, por um torcedor ter atingido com o objeto o jogador Cristian, do Paraná – o advogado chegou a arremessar o doce nos auditores do TJD-PR, para mostrar seu potencial inofensivo. Fez quase o mesmo com o chinelo, em outra oportunidade, calçado por ele durante a sessão, sem que ninguém conseguisse perceber.