Advogado torcedor do Atlético consegue sentença liberando cerveja em estádios

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Henrique Cardoso, um advogado curitibano, torcedor do Atlético, conseguiu nesta sexta-feira (24), na 12º Secretaria dos Juizados Especiais de Curitiba, a confirmação de uma sentença favorável à liberação da venda e consumo de bebidas alcoólicas nos estádios de todo o Brasil. A decisão ainda não foi publicada, terá efeito imediato e a CBF, que havia baixado a proibição em 2008 por meio de uma resolução, poderá recorrer.

Por ter saído de um juizado especial, a decisão terá efeito imediato após a publicação, sem direito a efeito suspensivo, enquanto tramita em outras instâncias. "Ao meu pedido, a resolução de 2008 foi considerada inconstitucional. O Estatuto do Torcedor veda o uso de substâncias proibidas, porém a cerveja pode ser vendida em qualquer esquina legalmente, o que tira este caráter", explicou Cardoso.

O autor da ação aguarda a publicação da decisão da Justiça para ver quais argumentos foram aceitos. Em seu embasamento da ação, ele utilizou estudos que teriam provado que não houve redução da violência nos estádios desde a proibição do álcool em 2008. "Não há um projeto de segurança pública no Brasil, apenas reações a problemas por meio de combates dissociados da realidade que é o recrudescimento da violência como um todo, os estádios sendo apenas um reflexo disso, basta ver os tristes episódios com o Coritiba em 2009 e com o Atlético e o Vasco em 2013, todos sob a proibição", afirmou. "Não adianta proibir cerveja, faixas, camisas se há impunidade com quem apronta nos estádios", completou.

Apenas um clube de futebol profissional no Brasil vende cerveja atualmente. O Novo Hamburgo do Rio Grande do Sul vende a bebida em suas partidas no Estádio do Vale por meio de uma liminar. "Não ganhei um centavo com isso. Nunca participei de nenhuma confusão em estádios, como 95% das pessoas. Estamos pagando porque alguém achou que a culpa é da cerveja. Em uma audiência da conciliação, um representante da CBF foi perguntado sobre qual motivo de se proibir a cerveja e ele apenas respondeu ‘porque sim’", concluiu o advogado.