Suspenso do cargo de secretário-geral da Fifa, o francês Jérôme Valcke negociava uma rescisão milionária com a entidade. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (18) pela agência de notícias Press Association.
Valcke tinha mais três anos de contrato com a entidade e, segundo a agência, o francês tem se esforçado há algum tempo para sair. Em julho, Valcke disse que, provavelmente, deixaria o seu cargo logo após a eleição para a presidência da Fifa, marcada para o dia 26 de fevereiro.
Valcke foi suspenso do cargo após a entidade tomar conhecimento de uma série de denúncias de que ele estava envolvido em um esquema de venda de ingressos na Copa do Mundo. As informações foram reveladas por um grupo de jornalistas internacionais, entre os quais profissionais do jornal inglês “The Guardian” e do brasileiro “O Estado de S.Paulo”.
Na quinta-feira (17), o empresário Benny Alon afirmou na Suíça que o dirigente ficava com parte do dinheiro de ingressos da Copa de 2014 revendido com ágio. O empresário, porém, não apresentou provas de que Valcke realmente lucrou com entradas do Mundial. O dirigente da Fifa nega qualquer irregularidade. Alon é sócio da JB Sports & Marketing, que tinha um contrato para fornecimento de ingressos da Copa com a Fifa.
Ele afirmou que fez um acordo com Valcke para vender os ingressos do Mundial com ágio de 200% no mercado negro. Em troca, segundo o empresário, a JB Sports e Valcke dividiriam os lucros meio a meio.
De acordo com o “The Guardian”, a JB Sports tinha envolvimento com a Fifa desde a Copa do Mundo de 1990, na Itália, e assinou um contrato em 2010 para vender 8.750 ingressos para o Mundial do Brasil, em 2014. O acordo garantia ingressos para os 12 melhores jogadores do torneio, assim como para os 12 piores.
Ainda segundo o jornal, um ingresso para as oitavas de final, com valor de face de US$ 230, era vendido por US$ 1,3 mil. O secretário-geral da Fifa já estava sob pressão por causa de uma carta que mostra que ele recebeu o pedido de repasse de US$ 10 milhões (R$ 39 milhões) as autoridades americanas alegam ser propina de esquema de corrupção no futebol.