O mais famoso cemitério esportivo do país caminha para a ressurreição. Mas longe do futebol. Dono do terreno do Pinheirão desde junho de 2012, o empresário João Destro prevê o fim do estádio na propriedade.
A tendência, segundo Destro, é de que em breve a área seja destinada a empreendimentos alheios à atividade futebolística. “Temos planos para o futuro próximo. Já têm vários estudos para sair alguma coisa bacana. Não vamos decepcionar Curitiba”, promete Destro, que prefere ainda não adiantar detalhes sobre os potenciais projetos.
Para o empresário do ramo de agronegócios, pesam contra a revitalização ou construção de uma nova praça esportiva no espaço do Pinheirão o que ele considera como o excesso de estádios na capital paranaense. Assim como a dificuldade que um clube de futebol teria para manter um empreendimento de grande porte na área.
“Apenas para reformar a atual estrutura para deixá-la em condições de uso precisaria de um investimento muito grande, de infraestrutura, parte elétrica... Para deixar em condições de uso, passaria de R$ 5 milhões”, avalia. “Eu não creio que dê certo o futebol porque não dá lucro, só dá para montar time e uma empresa não pode se dar a esse luxo”, reforça Destro.
O discurso do dono do terreno esfria o recente interesse do Coritiba. O vice-presidente do clube, Alceni Guerra, revelou que o Coxa apresentará a Destro uma série de propostas para utilizar a área para a construção de uma nova casa alviverde: desde uma parceria com o atual proprietário até a compra da propriedade.
Destro arrematou o Pinheirão em leilão no dia 28 de junho de 2012, por R$ 57,5 milhões. “Comprei no impulso”, declarou o empresário na época. A área de 124 mil metros quadrados foi leiloada por causa de uma dívida de R$ 2,5 milhões da Federação Paranaense de Futebol (FPF), então dona da área, com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Trajetória
O estádio recebeu sua última partida oficial de futebol há quase dez anos, no dia 11 de março de 2007: vitória do Cianorte por 2 a 1 sobre o JMalucelli, pelo Campeonato Paranaense. Episódio derradeiro de uma história que teve início ambicioso, com aspectos megalomaníacos.
O projeto inicial, concebido na década de 1960, previa a capacidade de 120 mil espectadores. O estádio acabou inaugurado no dia 16 de junho de 1985, ainda “incompleto”, podendo abrigar cerca de 35 mil torcedores.
O estádio teve bons momentos. Em 1986, a seleção se despediu do Brasil rumo à Copa do Mundo no México com um amistoso contra o Chile (1 a 1) na praça esportiva. No mesmo ano, o Atlético começou a mandar suas partidas por lá, onde ficou até 1991, quando voltou para a Baixada.
Sem o Furacão, o Pinheirão serviu para abrigar ocasionalmente clássicos entre o Trio de Ferro e alguns jogos do Paraná. Nesta década, a seleção ainda fez mais dois amistosos no estádio: 1 a 1 contra a Argentina, em 1991, e 2 a 0 sobre Camarões, em 1996.
Nos anos 2000, o estádio passou por grande reforma e ganhou as cores do Tricolor, que atuou como mandante do local. Em 2003, a seleção ainda duelaria com o Uruguai (3 a 3) no local, em partida das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2006. No mesmo ano, o Paraná voltou para a Vila Capanema. No ano seguinte, o Pinheirão foi fechado.
As fotos do Pinheirão foram cortesia da empresa 041 Drone
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