Depois de ficar fora do jogo entre Santos e Corinthians, pela volta da final do Campeonato Paulista, o árbitro Rodrigo Braghetto, 37, anunciou sua aposentadoria do cargo após 17 anos.
"Estou encerrando minha carreira como árbitro de futebol. É subumano se sujeitar a viagens por uma remuneração que não é justa. Se não posso exercer meu sonho que é apitar uma final de Campeonato Paulista, talvez o melhor momento de parar seja agora", disse ao Sportv.
Braghetto estava escalado para apitar a partida decisiva do Estadual, mas aceitou ficar fora desse jogo após uma conversa com o presidente da Comissão de Arbitragem da FPF, coronel Marcos Marinho.
"Eu não pedi o afastamento. Desde que recebi a escalação me preparei para a partida, mas o coronel Marinho me ligou e disse que era melhor não apitar para evitar problemas maiores", afirmou.
Braghetto é sócio-diretor da empresa Apto Sports, que presta assessoria a vários clubes, entre eles o Corinthians. Segundo o ex-juiz, o presidente da Comissão de Arbitragem da FPF queria evitar um conflito de interesses.
Mas ele não concorda que o fato de sua empresa prestar serviços ao Corinthians representasse um empecilho para a sua escalação na final.
"Não ganho dinheiro de ninguém. Presto serviços de assessoria de arbitragem e eventos. Um árbitro pode errar como já errei durante os 17 anos de carreira. Não quero colocar sub judice a conquista", continuou.
"Sou formado em educação física e administração de empresas. Estou exercendo minha profissão. Não faço nada de ilegal. A nossa empresa escala árbitros para apitar amistosos da Portuguesa e do Santo André. Fazemos um trabalho de futebol de areia com o São Paulo e atendemos a prefeitura da cidade também", argumentou.
"Como árbitro e desportista, eu tenho amigos em todos os clubes. Minha honestidade nunca foi colocada à prova. Acredito que poderia fazer uma grande partida na final", declarou.
Marinho falou que já tinha conhecimento da atividade do árbitro e não vê problemas, mas ressaltou que "certas coisas o futebol não perdoa".
"Eu já sabia e pessoalmente não vejo nenhum problema, mas certas coisas o futebol não perdoa. Quando alguém veicula a informação e fala que vai investigar é melhor afastar para não prejudicar o próprio árbitro. Eu conheço o Braghetto e confio na lisura dele", disse o presidente da Comissão de Arbitragem da FPF.
Depois, Marinho afirmou que todos os árbitros têm o conhecimento que não podem ter quaisquer ligações com os clubes."Não gostaria que o Braghetto se aposentasse. Ele me expôs seus motivos. Tem a sua empresa e tem que pesar o que é melhor. Respeito sua decisão", finalizou.
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