Acabou definitivamente a fase de coadjuvante do Atlético de Madrid. Um ano depois de ganhar a Copa do Rei vencendo o Real Madrid, o time de Diego Simeone conseguiu um feito histórico nesta quarta-feira (9), ao eliminar o Barcelona da Liga dos Campeões da Europa. Jogando em casa, no Vicente Calderón, venceu por 1 a 0 em gol marcado por Koke logo aos 5 minutos, deu um show de rigor tático e avançou às semifinais pela primeira vez desde 1974.
Sob o comando do ex-volante argentino Simeone, o Atlético já encerrou uma série de mais de uma década sem vencer o Real Madrid, levou a Copa do Rei da temporada passada e venceu a Liga Europa e a Supercopa da Europa de 2012. Atualmente, lidera o Campeonato Espanhol numa disputa emocionante com Barça e Real.
O jogo desta quarta foi o quinto entre os dois times na temporada e o primeiro em que não houve empate. Novo confronto está marcado para 17 de maio, na última rodada do Campeonato Espanhol, no Camp Nou, possivelmente valendo o título.
A classificação às semifinais é a quarta da história do Atlético - finalista em 1974, quando perdeu para o Bayern de Munique, tricampeão consecutivo. Em 1959, o algoz na briga por vaga na decisão foi o Real Madrid, que faturaria o tetra seguido naquele ano. Ambos também estão nas semis deste ano, assim como o Chelsea.
O Barcelona fica fora das semis pela primeira vez desde a temporada 2006/2007. Desde então, havia conquistado dois títulos e sido eliminado quatro vezes nesta fase. Na próxima quarta-feira a equipe de Messi e Neymar tem a decisão da Copa do Rei, contra o Real Madrid.
O jogo
Sem contar com Diego Costa e Ardan Turan, dois destaques da equipe, esperava-se que o Atlético tivesse uma postura inicial mais conservadora. Mas o time madrilenho surpreendeu marcando sob pressão a saída de bola do Barcelona.
A recompensa veio logo aos 5 minutos. Adrián Lopes, substituto do turco, bateu forte pela direita da área e acertou o travessão. No rebote, Villa cruzou, Adrián ajeitou de cabeça para o lado oposto e Koke apareceu livre para abrir o placar.
O Atlético viu que a pressão dava certo e seguiu ameaçando. Aos 10, Koke passou para Villa, que acertou a trave do goleiro Pinto - substituto do lesionado Valdés. Oito minutos depois, mais uma bola no travessão, novamente com Villa.
Apesar da marcação quase perfeita aplicada montado por Simeone, o Barça conseguiu algumas chances. Messi, de cabeça, subiu sozinho no meio da área e mandou para fora. Na base da individualidade, Neymar passou por três, jogou entre as pernas de Gabi e cruzou para Messi, mas o argentino errou o chute.
Na segunda etapa, o brasileiro teve duas vezes a chance de empatar. Numa, tentou driblar Courtois, porém o goleiro saiu bem aos seus pés. Na outra, antecipou-se muito bem à marcação para tentar de peixinho. A bola, caprichosa, saiu rente à trave. Xavi, também pelo alto, foi outro que desperdiçou oportunidade clara.
As chances da segunda etapa mostram que no desespero o Barcelona abandonou de vez o estilo de troca de passes paciente até encontrar espaços que era a marca do time quando treinado por Pep Guardiola e depois Tito Vilanova. No desespero, a equipe hoje comandada por Tata Martino, conterrâneo de Simeone, apelou para os batidos chuveirinhos. Mesmo com jogadores de baixa estatura como Neymar e Messi na área.
Além de não criar mais chances, o Barça ficou exposto ao contra-ataque e o Atlético por pouco não ampliou em chances perdidas por Koke e Cristian Rodríguez.