O Atlético Mineiro, enfim, está na final da Copa Libertadores. Em 105 anos de história, o clube mineiro jamais havia alcançado a decisão do torneio. Conseguiu nesta quarta-feira da forma mais dramática possível.
No estádio Independência, em Belo Horizonte, venceu o Newell's Old Boys por 2 a 0 e carimbou a vaga na decisão de pênaltis com a vitória por 3 a 2, com mais uma defesa do herói Victor. O adversário na final será o Olimpia, do Paraguai. O Galo faz a última partida em casa.
O jogo
Na longa travessia até a classificação não faltaram emoção, confiança e muita entrega.
O Newells não teve um minuto de trégua no primeiro tempo. Quando pisou no gramado do Independência ouviu uma vaia e um apitaço de doer a cabeça. Uma pressão absurda. Por isso, não conseguiu entender a manobra do Atlético que marcou pressão, recuperou a bola no campo inimigo com Tardelli, que serviu Ronaldinho Gaúcho. Dali, um passe em profundidade para Bernard arrancar e bater para gol entre as pernas de Guzmán: Atlético 1 x 0, logo aos 3 minutos.
O gol de Bernard fez o Independência pulsar ainda mais com o time. Havia muita esperança, gritos de fé e uma ponta de aflição nas arquibancadas. O Atlético ainda precisava de mais dois gols para sacramentar a classificação à final. A ordem era não deixar o Newells voltar à respiração normal.
Apesar da malícia dos argentinos, o time mineiro em nenhum momento perdeu o controle do jogo. E poderia ter ampliado o placar com Tardelli, aos 35, após boa trama com Bernard. Neste lance, o goleiro Guzmán sofreu um choque com Tardelli que abriu seu supercílio direito. O jogo ficou paralisado por 9 minutos para o socorro a Guzmán. Na volta, Josué perdeu gol feito e Jô sofreu pênalti ignorado pelo árbitro. Lances cruciais que só fizeram levar a agonia atleticana para o segundo tempo.
Na volta do intervalo, o time tinha Ronaldinho e Tardelli na armação, Jô centralizado e Bernard aberto na ponta - mesmo enredo do primeiro tempo.
Todo o esforço no ataque, sem muita coordenação, não resultou em um gol de imediato. Então o Newells viu que o bicho não era tão feio, adiantou a marcação e não deu espaço para Ronaldinho pensar, a partir dos 15 minutos. O Atlético perdeu o ímpeto e as orações se multiplicaram entre os torcedores.
Cuca trocou o volante Pierre pelo atacante Luan. E nada. Quando tudo parecia perdido para o time mineiro, parte dos refletores do Independência se apagou, aos 32 minutos. Tempo para Cuca reorganizar a casa e a torcida se incendiar de novo. O jogo ficou paralisado por 11 minutos.
Na volta, Cuca trocou Tardelli e Bernard por Alecsandro e Guilherme, respectivamente. Deu certo. Em uma rebatida errada de Mateo, Guilherme fez o segundo, aos 50. Faltava um gol, mas ele não saiu e a disputa foi para a decisão por pênaltis.
As quatro primeiras cobranças foram convertidas com sucesso por Alecsandro, Scocco, Guilherme e Vergini. Depois veio uma sequência de erros, todos para fora, que devem ter matado qualquer torcedor do coração: Jô, Casco, Richarlyson e Cruzado. Aí Ronaldinho Gaúcho bateu e fez 3 a 2. Coube a Victor, herói na classificação sobre o Tijuana nas quartas de final, defender outra cobrança, desta vez de Maxi Rodríguez, e garantir a classificação.
FICHA TÉCNICA:
ATLÉTICO-MG 2 (3) x (2) 0 NEWELL'S OLD BOYS
ATLÉTICO-MG - Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Gilberto Silva e Richarlyson; Pierre (Luan), Josué, Ronaldinho Gaúcho, Diego Tardelli (Alecsandro) e Bernard (Guilherme); Jô. Técnico: Cuca.
NEWELL'S OLD BOYS - Guzmán; Cáceres (Orzán), Vergini, Heinze (López) e Casco; Bernardi, Mateo, Cruzado e Figueroa (Tonso); Scocco e Maxi Rodríguez. Técnico: Gerardo Martino.
GOLS - Bernard, aos 3 minutos do primeiro tempo; Guilherme, aos 50 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS - Bernard e Pierre (Atlético-MG); Tonso, Casco e Cáceres (Newell´s Old Boys).
ÁRBITRO - Roberto Silvera (Fifa/Uruguai).
RENDA E PÚBLICO - Não disponíveis.
LOCAL - Estádio Independência, em Belo Horizonte (MG).
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