Movidos pela febre da Libertadores e por uma paixão alucinada pelo Millonarios, um grupo de nove torcedores colombianos tomou conta da praça Afonso Botelho, em frente à Arena da Baixada. Na próxima quarta-feira (1.º), a equipe de Bogotá enfrenta o Atlético, pela partida de ida da segunda fase da Libertadores, às 21h45.
Lambreta, cachaça e confusão – melhores e piores da 1ª rodada do Paranaense
Leia a matéria completaAs bandeiras com as cores da Colômbia e do Millonarios, as tatuagens espalhadas pelos braços e torsos em alusão à equipe colombiana e os cânticos apaixonados bastariam para comprovar o fanatismo da trupe do país vizinho.
A história da intrépida viagem que fizeram de Bogotá a Curitiba, entretanto, adiciona uma pitada de insanidade à jornada: os mais de 7,5 mil quilômetros que separam as duas cidades foram percorridos através de caronas e longas caminhadas pelos acostamentos das estradas.
Para completar o cenário quase desvairado, eles revelam os detalhes finais da própria loucura: nenhum deles tem ingresso para o jogo de quarta-feira. Eles apostam na venda de balas e artesanatos para angariar os R$ 120 da entrada inteira para visitantes. Enquanto isso não acontece, passam as noites dormindo nas calçadas das proximidades da Baixada, pois não possuem dinheiro para pagar hotel.
“Estamos aqui para ver o Millonarios, a melhor equipe do mundo”, se orgulha Camilo Gutierrez Barbosa, 20 anos, um dos primeiros a chegar em Curitiba, no dia 7 de janeiro. Ao lado de Rafael Barrera e Fredy Dueñas, Barbosa saiu de Bogotá ainda em junho do ano passado, com o objetivo de assistir à seleção colombiana na Olimpíada do Rio.
A viagem foi esticada para São Paulo e, em seguida, Santa Catarina. O trio estava em Tubarão, no interior catarinense, quando o Millonarios foi sorteado para enfrentar o Atlético em Curitiba. “Nós vamos conseguir as entradas para o jogo. Temos muita fé nisso. E depois, pegaremos caronas de volta para casa, mas vamos perder o jogo de volta”, garante Barbosa.
Além do trio, o grupo é formado por mais seis torcedores que foram chegando aos poucos em Curitiba, estes vindos direto de Bogotá, em viagem que levou cerca de 25 dias: são eles Fabián Potillo, Diego Munevar, Sebastian Leguizano, Giovanni Guevara, Miguel Pinilla e Angel Mara Hernández, a única mulher do grupo.
“As pessoas têm nos ajudado muito, comprando os doces e artesanatos”, conta ela, a única que tem passado as noites em um hotel e não nas ruas da capital.
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