O advogado do Atlético, Domingos Moro, admitiu que o julgamento do atacante Walter, expulso contra o Atlético-MG no dia 24 de maio após ofensas ao quarto árbitro e ao juiz da partida, deve ser complicado. Como essa será a primeira audiência no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) após as novas orientações da CBF para os árbitros não tolerarem as reclamações, o caso do jogador rubro-negro deve servir de exemplo para futuras decisões. Ele pode pegar até 12 jogos de gancho.
“É um processo complicado por ser o primeiro nessa nova regra, um jogador acima da média, o clube na liderança do campeonato. Fatalmente vai ter recurso de um dos lados, independentemente do resultado”, acredita Moro.
O julgamento está marcado para a próxima segunda-feira (8). Com isso, como já cumpriu a suspensão automática na última rodada, Walter estará liberado para jogar contra o Figueirense, na quarta-feira (3), e Vasco, no sábado (6), ambos na Arena.
Um indicativo de uma possível punição do atacante atleticano foi o julgamento do técnico Gilson Kleina, na sexta-feira (29), que pegou quatro jogos de suspensão também por reclamação durante a partida contra o Internacional, na segunda rodada do Nacional.
“Cada ano tem uma novidade e a principal nesse ano é essa questão da mordaça. Dentro do limite, não é possível exigir que o jogador não reclame. Futebol não é tênis, que não pode falar”, argumenta Moro. “Sem contar que tem jogos que há muita reclamação e nenhuma punição por parte do árbitro”, lembra.
Atlético também pode ser punido
Por incidentes na mesma partida contra o Galo, o Furacão também pode ser punido, provavelmente com multa. O árbitro Thiago Duarte Peixoto relatou “várias cusparadas em direção da equipe de arbitragem vindas da torcida mandante” e o clube entrou na pauta do julgamento.
A favor do Furacão, no entanto, a súmula admite que a equipe de arbitragem não foi atingida e que “tal fato foi de imediato reprimido pela segurança do Clube Atlético Paranaense”. Na sexta-feira (29) o Flamengo foi punido com multa de R$ 20 mil em um caso semelhante, mas envolvendo apenas um torcedor e pelo clube não identificar e reprimir o infrator.
Orientação para os jogadores
Ainda não há uma data definida, mas o advogado Domingos Moro já combinou com o diretor de futebol do Atlético, Paulo Carneiro, para fazer uma palestra aos jogadores rubro-negros sobre as novas regras desse ano. E não será apenas para falar sobre o endurecimento da punição em relação as reclamações com a arbitragem.
“Esse ano tem várias novidades que os atletas precisam tomar cuidado. Tem a questão do fair play, por exemplo, que dessa vez não é um acordo informal para jogar a bola para fora quando um adversário estiver machucado. Está no regulamento e pode gerar uma confusão do tamanho de um elefante se houver denúncia”, lembra Moro.
O advogado faz esse trabalho anualmente com os jogadores do rubro-negro e o cuidado com doping também é um dos temas tratados.
Deixe sua opinião