• Carregando...
O ex-vereador Juliano Borghetti se apresenta à polícia na companhia de seu advogado | Jonathan Campos / Gazeta do Povo
O ex-vereador Juliano Borghetti se apresenta à polícia na companhia de seu advogado| Foto: Jonathan Campos / Gazeta do Povo

Os advogados de parte dos 16 presos em Curitiba envolvidos na briga de torcidas de Atlético e Vasco na última rodada do Brasileiro tentam livrar seus clientes da prisão. Entre os detidos da Operação Cartão Vermelho, que cumpre 28 mandados de prisão no Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina, está o ex-vereador Juliano Borghetti, que se entregou à Delegacia Móvel de Atendimento ao Futebol e Eventos (Demafe) na manhã desta quinta-feira (19).

A argumentação dos advogados vai desde classificar os detidos como vítimas, e não agressores, a alegar que a prisão foi um ato desproporcional.

No caso de Borghetti, a sustentação é de que ele estava procurando o filho durante a confusão. O ex-vereador, que, diante da repercussão da briga, pediu demissão do cargo de superintendente da Paraná Projetos, autarquia do governo estadual ligada à Secretaria do Esporte e Turismo, tem vínculos com famílias tradicionais da política paranaense. Ele foi casado com a também ex-vereadora e deputada do Parlamento Italiano Renata Bueno – que é ítalo-brasileira e filha do deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR). O político também é irmão da deputada federal Cida Borghetti (Pros-PR), presidente do partido no Paraná, que, por sua vez, é casada com o secretário estadual da Indústria e Comércio, Ricardo Barros (PP), um dos principais aliados do governador, de quem Borghetti foi comissionado em 2004 quando o tucano era prefeito de Curitiba

O advogado de Borghetti, Caio Fortes Matheus, disse que o político fez questão de se entregar para responder as acusações de ter participado da briga. "O Juliano sempre está nos jogos do Atlético. Esteve em Joinville na companhia do seu filho. E, diante da confusão, estava procurando o filho, que se afastou dele", afirmou.

Natonoel Zahorsak, advogado do atleticano Willian Batista, que teve de ser socorrido de helicóptero no dia da confusão e ficou internado três dias com fratura no crânio, tenta relaxar a prisão preventiva. A alegação é de que seu cliente foi a principal vítima da selvageria. "Ele sofreu traumatismo craniano, ainda está em tratamento, é uma situação delicada. Está abalado justamente por ter sido a maior vítima. Na confusão, ele estava se defendendo, tinha de ter uma reação", argumenta o advogado. Alguns advogados defendem mais de um preso. É o caso de Haroldo César Náter, que representa nove acusados - quatro deles já presos. Ele foi acionado pelo advogado da facção Os Fanáticos, Juliano Rodrigues. "É uma prisão absurda, para dar uma resposta à sociedade. O máximo que eles podem ser enquadrados é no crime de rixa, que não admite prisão preventiva. Foi uma medida desproporcional. Vamos em busca do habeas corpus para que respondam em liberdade", garantiu.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]