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O ano que deveria ser de resultados importantes no futebol para o Atlético acabou notabilizado pelo fracasso em campo e pelo clima quente dos bastidores na política rubro-negra. O time teve quatro técnicos diferentes, oscilou e não conseguiu entregar resultados nos momentos críticos das competições. Quedas na Copa do Brasil e Sul-Americana, a ‘desistência’ da briga pelo G4 no Brasileirão e a disputa do Torneio da Morte no estadual marcaram a negativa temporada esportiva.

Fora das quatro linhas, o ano eleitoral atleticano ganhou destaque pela acirrada disputa entre as chapas de situação e oposição, pela recusa do mandatário Mario Celso Petraglia em concorrer à reeleição, apontando um substituto, e até por críticas e agressões entre os concorrentes.

Relembre o 2015 atleticano

09/01 – Um clube, dois times

Weverton desembarca em Curitiba após chegada da pré-temporada.Antônio More/Gazeta do Povo

Dividido em duas frentes, com o time principal indo disputar a Marbella Cup, torneio amistoso na Espanha enquanto o Sub-23 se preparava para o estadual, o Atlético limitou os gastos e pouco investiu em contratações.

12/01 – Devo, não nego

Atlético considera que gastou R$ 7,2 milhões com remoções de moradores vizinhos à Arena. O restante da conta, de mais de R$ 14 milhões, é do poder público, diz o clube

O foco da administração atleticana estava voltado para os imbróglios gerados pelas obras da Arena da Baixada, que teve capítulos em toda a temporada de 2015, a começar por janeiro, quando a diretoria disse que não pagaria as desapropriações no entorno da Arena.

01/02 – Começou o PR-2015

Lateral Matteus, do Atlético, disputa bola com o ex-Coxa Henrique Dias, do Cascavel

O Furacão estreou no estadual com um empate fora de casa, diante do Cascavel. Duelo sem gols marcou a largada do time sub-23.

08/02 – Vitória no clássico

Depois da cobrança, Pelissari ainda conferiu se a bola realmente ia pra rede.

Em campo as coisas não iam muito bem para a garotada rubro-negra, mas a vitória no clássico diante do Paraná deu um alento ao time no estadual. Bruno Pelissari, de pênalti, fez o único gol em jogo marcado pela chuva e por polêmicas de arbitragem.

05/03 – Briga com Exército

Contrapartida do Atlético, obra em dois edifícios no terreno do Exército não começaram . Henry Milleo/Gazeta do Povo

As complicações em torno das obras da Arena não cessaram e o novo enrosco foi no acordo com o exército. Clube deveria erguer dois prédios para as Forças Armadas em troca de terreno, mas desistiu da empreitada.

15/03 – Caiu o primeiro

Albari Rosa/Gazeta do Povo

Enrosco também fora de campo, com a queda do treinador Claudinei Oliveira. Após o revés diante do Maringá (2 a 1), no sábado (14/3), o Furacão anunciou a saída do treinador em comunicado no site oficial. “Em reunião realizada na manhã de hoje entre o técnico Claudinei Oliveira e a direção do Clube Atlético Paranaense, no CAT do Caju, foi decidido que o treinador deixará o comando técnico da equipe profissional. O CAP agradece Claudinei Oliveira pelo trabalho realizado e deseja sucesso em sua carreira profissional.”, diz a nota.

16/03 - Chegou o segundo

Hugo Harada/Gazeta do Povo

O clube não perdeu tempo e confirmou Enderson Moreira para o cargo.

26/03 – Sem festa oficial

Os 91 anos do Furacão foram marcados pelas diversas comemorações dos torcedores, mas o clube não preparou qualquer evento para celebrar a data.

29/03 – Torneio da Morte

Gilberto Abelha/ Jornal de Londrina

Dias após celebrar seu nascimento, o Furacão amargou a tristeza de perder para o Londrina e acabou na disputa do torneio da morte do estadual para tentar evitar o rebaixamento.

05/04 - Pode chover

O teto retrátil fechando

Nesta quinta-feira (2) a imprensa acompanhou durante 25 minutos o fechamento do teto retrátil da Arena. Aqui você acompanha as imagens aceleradas

+ VÍDEOS

Dia histórico para o Atlético e para o futebol brasileiro. Pela primeira vez no país, uma partida foi realizada em um estádio com teto retrátil completamente fechado. Vitória com vaias sobre o Prudentópolis, 1 x 0, gol de Douglas Coutinho.

20/04 – Caiu o segundo; chegou o terceiro

Com apenas 36 dias de clube, os tropeços no paranaense derrubaram Enderson do comando do Atlético, que foi buscar em um parceiro paulista o substituto, Milton Mendes.

25/04 – Vivo

Cryzan abraça o técnico Milton Mendes: alívio. Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Relegado à disputa do Torneio da Morte do Estadual, o Atlético vivia sua pior fase em campo na temporada, recorrendo ao time principal em campo para escapar do rebaixamento no Paranaense. O Atlético sobreviveu ao Torneio da Morte, após vencer o frágil Prudentópolis, no estádio Newton Agibert, no interior do estado, por 4 a 1.

29/04 – Copa do Brasil

Walter tenta a jogada no Helenão: estreia discreta do atacante em derrota inesperada pela Copa do Brasil. Felipe Couri/Especial para Gazeta do Povo

No jogo mais aguardado do ano até então, o Furacão foi a Minas Gerais para estrear na Copa do Brasil, diante do Tupi, jogo que marcaria também a estreia do atacante Walter com a camisa rubro-negra. O time e o atacante decepcionaram e a derrota por 1 a 0 colocou ainda mais pressão sobre o Furacão na temporada.

08/05 – Com cartaz

Apesar da polêmica causada pelo cartaz de promoção da estreia do Brasileirão, o começo de campeonato para o Atlético não poderia ser melhor, com três vitórias em quatro jogos e a liderança do nacional. Justamente no ano em que teve o pior desempenho no Campeonato Paranaense em décadas, sendo obrigado a disputar o Torneio da Morte para escapar do rebaixamento, o Atlético surpreende no Brasileiro e registra o melhor início de sua história nos pontos corridos (a partir de 2003).

09/06 – Dupla afiada

Walter abraça Nikão: sintonia.Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

A parceria entre Nikão e Walter no ataque rendia frutos em campo ao Furacão e o primeiro Atletiba da ‘nova’ Arena movimenta os torcedores para lotar o estádio.

22/07 – “Começa a eleição”

Em campo as coisas seguiam razoavelmente tranquilas, com o time oscilando mas se mantendo próximo ao G4. Porém, fora das quatro linhas, o clima eleitoral já tomava a direção atleticana. Petraglia diz que patrimônio do Atlético ‘foi construído sem um mísero tostão da torcida’.

29/07 – Tempestade

Polícia Civil apreendeu material esportivo do Atlético com funcionários e ex-funcionários do clube. Divulgação/Polícia Civil

O Furacão chegou até a figurar nas páginas policiais. A Polícia Civil cumpriu 12 mandados de busca e apreensão na casa de nove funcionários e três ex-funcionários do Atlético nessa quarta-feira (29). A ‘Operação Tempestade’ apreendeu cerca de 800 itens, entre camisas, agasalhos, chuteiras e diversos materiais esportivos do clube. O prejuízo estimado é de pelo menos R$ 100 mil.

17/08 – Sul-Americana = US$

Com quatro derrotas em cinco jogos em agosto, a campanha no Brasileirão começava a tomar o viés descendente. Até por isso, a premiação da Copa Sul-Americana, inflacionada pela alta cotação do dólar, passou a ser um atrativo a mais para o clube ‘abandonar’ o nacional e focar no mata-mata continental.

26/08 – Declínio

Marcos Guilherme esconde o rosto na camisa do Atlético: nas últimas dez rodadas, desempenho rubro-negro é de time rebaixado. Hugo Harada/Gazeta do Povo

O Furacão aproveitou a má fase do primeiro concorrente – o Joinville – e foi adiante na Sul-Americana, mas a espiral de resultados negativos e más performances da equipe começaram a colocar pressão sobre o técnico Milton Mendes.

10/09 – Farinhaki x Petraglia

Farinhaki, presidente no início dos anos 90, queria mudança no Atlético de Petraglia. Hugo Harada/Gazeta do Povo

E a corrida eleitoral começou a ganhar peso em setembro, com a movimentação da oposição e as duras críticas feitas a direção rubro-negra pelo ex-presidente José Carlos Farinhaki. “Apoio uma mudança. O continuísmo não é bom e apoio uma oposição. Mas desde que não seja de baixo nível, com agressões e ofensas. O continuísmo torna as pessoas autoritárias e donas da verdade”, disse.

28/09 – Caiu o terceiro

Albari Rosa/Gazeta do Povo

Mais um mês com apenas uma vitória em cinco jogos e a pressão sobre Milton Mendes seguia crescendo. As quatro derrotas seguidas no Brasileirão, passando pelo clássico Atletiba, custaram o emprego do treinador. O Atlético terminou o primeiro turno do Brasileirão com aproveitamento de 52,6%, em oitavo lugar. No segundo turno, o time tinha 33,3% de aproveitamento,quando Mendes caiu.

Coritiba vence o clássico contra o Atlético

Veja os gols Henrique Almeida e Negueba marcaram para o Coxa na vitória no Couto Pereira.

+ VÍDEOS

05/10 – Chegou o quarto

Youtube/Reprodução

Outubro começou com a chegada de um velho conhecido da torcida rubro-negra. Cristóvão Borges, que jogou no Atlético na década de 1980, chegou para assumir o time na reta final da temporada e afastar definitivamente qualquer risco que o time pudesse correr.

20/10 – Jogo de cena

Fora de campo, o clima de eleição já dominava o Furacão e o mandatário rubro-negro, Mario Celso Petraglia, desabafou, se dizendo cansado das críticas e dos questionamentos que recebe como presidente do clube.“Com certeza participarei [das eleições]. Mas, como candidato, responsável pela diretoria, de ter que fazer time, ser responsável pelo futebol, não participarei”, revelou Petraglia

28/10 – Derrota paraguaia

Ortega celebra o golaço marcado diante do Atlético. Jorge Adorno/Reuters

O grande objetivo atleticano na temporada, a Copa Sul-Americana, acabou no Paraguai, após vitória em casa e derrota inesperada em Assunção. O Atlético perdeu por 2 a 0 para o modesto Sportivo Luqueño, do Paraguai, no Estádio Feliciano Cáceres. Na partida de ida das quartas de final, na Baixada, o Furacão havia vencido por 1 a 0.

04/11 – Banho Maria

Sob o comando de Cristóvão, o Furacão conseguiu alguma reação e chegou à reta final do Brasileirão já praticamente sem compromissos, com tempo para fazer testes visando a temporada 2016.

05/11 – Natural por artificial

Albari Rosa/Gazeta do Povo

O anúncio de que o gramado da Arena seria substituído por grama sintética foi cercado de polêmicas. O Atlético fechou contrato para instalar na Arena da Baixada o gramado artificial ‘menos artificial’ que a tecnologia pode oferecer. Três dias depois de assinar o contrato com o GV Group, o presidente do Atlético, Mario Celso Petraglia, comentou no Twitter que manter a grama natural no estádio é inviável pelos custos de eletricidade para iluminação artificial e também por causa da umidade na área onde o Joaquim Américo está localizado.

29/11 – Briga eleitoral

Integrantes das chapas CAPGigante e Atlético de Novo brigam em frente da Arena

+ VÍDEOS

O bate-chapa atleticano esquentou e a última chance de contato dos candidatos com o público rubro-negro terminou em briga, às vésperas do encerramento do Brasileirão. Integrantes das chapas CAPGigante, de situação, e Atlético de Novo, de oposição, brigaram em frente da Arena . Houve troca de socos, pontapés e um estampido foi ouvido, sem ser possível identificar se de bomba ou tiro, na Rua Buenos Aires.

2/12 - Bate-chapa

Gaede x Petraglia.

As chapas CAPGigante e Atlético de Novo fizeram suas inscrições às eleições no Atlético , marcadas para 12 de dezembro.

12/12 - Petraglia + 4 anos

CapGigante em festa.Jonathan Campos/GAzeta do Povo

O candidato Mario Celso Petraglia, da chapa CAPGigante, foi eleito presidente do Conselho Deliberativo do Atlético. Atual presidente, Petraglia venceu a disputa com o advogado Henrique Gaede, da Atlético de Novo, por 2909 votos a 2660. O atual mandatário teve 52% dos votos válidos.

15/12 - Artificial

Início de um ciclo no futebol brasileiro.Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O Atlético começou a troca da grama natural pela sintética na Arena da Baixada. Um trator foi levado ao campo da Arena, que será usado para retirar a grama que dará lugar ao piso sintético.

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