Autuori segue com prestígio no Atlético.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O experiente técnico Paulo Autuori chega à segunda partida da final do Campeonato Paranaense, neste domingo (7), às 16 horas, no Couto Pereira, ostentando posição privilegiada no Atlético.

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Especialmente para os padrões do clube, marcado pela alta rotatividade de técnicos em seu banco de reservas. Após duas derrotas consecutivas de difícil assimilação na Baixada, para Coxa e San Lorenzo-ARG, ambas por 3 a 0, Autuori segue inabalável.

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E nada indica que o resultado final do Atletiba possa alterar o panorama de tranquilidade. “Não teve papo nenhum. Zero. Não há motivo para papo”, disparou, incomodado, ao ser questionado sobre uma possível conversa com a diretoria, após a série negativa.

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Reflexos da alta credibilidade conquistada desde sua chegada, em março do ano passado, do alinhamento ideológico com a cúpula e do amplo projeto que lidera no Rubro-Negro.

Autuori tem papel que extrapola o comando técnico. Ele é o gestor do futebol do Furacão. É quem indica e afasta jogadores. É também quem prepara os auxiliares Bruno Pivetti e Kelly para, num futuro próximo, assumirem o time. Pivetti, aliás, vem comandando treinos e até jogos (no Estadual).

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Com perfil contestador, Autuori também se notabiliza pelas entrevistas, que não raro assumem tom reflexivo e filosófico, abordando temas que ultrapassam os limites do futebol — como a política e a sociedade brasileira. Frequentemente, cita pensadores contemporâneos para balizar seus argumentos.

Um dos preferidos é o italiano Umberto Eco. Já antes do Atletiba, recorreu ao poeta e jornalista Mário Quintana. “A mentira é apenas a verdade que se esqueceu de acontecer”, parafraseou, para criticar parte da imprensa, a quem definiu como “oportunista”.

“O oportunismo é isso. Quando você sabe que não existe absolutamente nada, segura e espera para colocar as coisas quanto tem oportunidade. Isso é mediocridade”, analisou, quando indagado se possíveis problemas internos no elenco estão afetando o desempenho em campo.

Em sua chegada ao clube, o treinador avaliou o Atlético como uma “ilha de prosperidade no futebol brasileiro”. Agora, de fato, ele vem usufruindo do “ar rarefeito” do CT do Caju. “ Vim com o objetivo de formar jogadores e profissionais da área. E vai continuar assim até quando os que comandam o clube acharem que deve ser ou quando eu achar que deve ser. Simples como isso”, garante.