Mario Celso Cunha: “Eu nunca falei que o clube poderia dar o calote”| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Cinco anos após incentivar que o Atlético fizesse os empréstimos necessários para a reforma da Arena da Baixada visando à Copa de 2014, o ex-secretário estadual para o Mundial, Mario Celso Cunha, prefere não comentar as dificuldades que o clube tem tido para pagar os financiamentos.

CARREGANDO :)

A justificativa é que há mais de um ano está afastado do assunto com o fim da sua secretaria.

Publicidade

“Eu sou funcionário de carreira da Sanepar há quase 30 anos e hoje trabalho como coordenador do grupo gestor de revitalização do Rio Iguaçu, que inclui 12 instituições diferentes. Não tenho mais acompanhado os assuntos relacionados ao Mundial. Nem aos jogos tenho tempo de ir”, conta, lembrando que a parte financeira do acordo entre clube e estado não estava na sua ex-secretaria, mas sim na Fomento Paraná.

LEIA TAMBÉM: Dívidas deixadas pela Arena da Baixada fazem prefeitura cobrar o estado

Um vídeo divulgado pela Gazeta do Povo em 2012 mostra o então secretário afirmando, em reunião do Conselho Deliberativo do Furacão em 2010, que as dívidas poderiam ser perdoadas trouxe grande alvoroço e até hoje é lembrado por leitores a cada vez que o Atlético é citado na justiça pela inadimplência com algum órgão público. Ao relembrar do caso, Cunha se sente um injustiçado e disse que foi mal interpretado na época.

VÍDEO: Veja o polêmico discurso de Mario Celso Cunha

Durante o discurso, soltou aos conselheiros atleticanos, indecisos sobre aceitar ou não o endividamento. “O que vai acontecer? Eu te­­nho quase certeza. Se os clubes forem assumir esses financiamentos [para obras em estádios] não vão pagar coisa nenhuma [...] É claro que estou falando so­­bre suposição, mas eu acredito muito que vão perdoar essas dí­­vidas. Não vai ter como o go­­ver­­no co­­brar os clubes, quando o próprio Bra­­sil quer fazer a Copa do Mun­­do aqui”.

Publicidade

O ex-parlamentar pediu a palavra logo após a apresentação da consultoria SIN que, por meio de um estudo, mostrou ser inviável o Atlético arcar com os custos da reforma da praça esportiva conforme as exigências da Fifa. Depois de vazar o vídeo, Cunha chegou a ser defendido pelo Atlético por sempre agir com responsabilidade e dedicação ao esporte ”.

Mário Celso avalia hoje como uma má interpretação da sua fala: “Aquilo foi uma sacanagem que fizeram comigo. Eu nunca falei que o clube poderia dar o calote. O que eu fiz foi citar casos em que clubes de futebol tiveram suas dívidas perdoadas pelo mundo. Mas se não tem o perdão, tem que pagar sim”, garante.

LEIA TAMBÉM: Atlético culpa prefeitura por atraso nos financiamentos da Baixada

Ao avaliar o que fez como secretário estadual para a Copa, Cunha garante que faria tudo de novo. Para ele, todos os benefícios que foram trazidos ao estado fizeram o Mundial valer a pena na cidade.

Publicidade

“Fizemos uma Copa perfeita em Curitiba, tivemos nota 10 da mídia internacional”, argumenta, lembrando dos famosos legados. “A avenida das Torres foi transformada, a Marechal Floriano também. Foi feito muita coisa, hoje temos cinco mil voluntários preparados para grandes eventos. Na segurança, foram trazidos quatro caminhões e um ônibus com tecnologia para a polícia e o centro de comando de segurança é dessa época”, exemplificou.

Relembre a fala polêmica de Mario Celso Cunha, em 2010.