A hora do adeus dos gramados do ex-atleticano Paulo Baier chegou. O Maestro fez sua última partida como profissional no último domingo (5), Aos 41 anos, pelo São Luiz, clube de sua cidade natal Ijuí, no Rio Grande do Sul.
Paulo Baier iniciou e encerrou a carreira pelo clube da Segunda Divisão do gaúcho, mas o ex-meia revela que gostaria de ter aposentado com a camisa rubro-negra. Foram quase cinco anos – entre 2009 e 2013 – atuando pelo Furacão e 80 gols marcados.
Baier se tornou o segundo maior artilheiro da história do Brasileirão por pontos corridos, com 106 gols. Defendeu também na carreira clubes como Atlético-MG, Vasco, Criciúma, Goiás, Palmeiras, Sport e Juventude, mas não esconde o carinho especial pelo Atlético.
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Confira a entrevista:
Como foi parar de jogar depois de 21 anos de carreira?
Foi tudo tranquilo, normal. Eu me senti bem e com a sensação de dever cumprido. Para ser sincero achei que ia ser mais difícil. No dia seguinte, levantei da cama feliz; não foi algo triste. Eu também já estava me preparando para aposentar desde que voltei para o São Luiz. Difícil mesmo foi no começo da carreira. O salário era de R$ 300 e muitas vezes nem pagavam.
Era a sua intenção pendurar as chuteiras pelo São Luiz?
Não, o objetivo era ter encerrado [a carreira] no Atlético. Eu tinha muita identificação com o clube, com a torcida e a cidade. Não deu certo por causa desse cara aí que está na diretoria [Mario Celso Petraglia, presidente do Conselho Deliberativo]. Então, decidi que seria legal eu terminar no São Luiz, onde comecei a carreira.
Esse cara aí é o Mário Celso Petraglia? O que aconteceu?
Sim, é esse aí. Não gosto de ficar expondo essas situações. Eu tenho carinho muito grande pelo torcedor. O Atlético foi muito especial na minha vida.
Qual foi o momento mais marcante da sua passagem pelo Furacão?
Todos os momentos pelo Atlético foram marcantes. Ter jogado pelo Atlético foi especial demais. Foi o clube onde eu me senti muito bem desde o começo. Eu tinha prazer de trabalhar, de acordar cedo para ir treinar e, lógico, jogar.
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Por que você acha que se adaptou rapidamente ao Atlético?
O futebol é assim. Eu até tinha um contrato maior com o Sport, mas não deu certo lá e vim para Curitiba. Quando cheguei aqui, minha família se adaptou e foi muito bem recebida na cidade. Quem sabe eu não volto a morar em Curitiba. Deixei muitos amigos na cidade. É uma cidade maravilhosa, mas por enquanto vou ficar em Ijuí com a minha família.
Você espera alguma homenagem de despedida do Atlético?
Eu acho que tiver algo será feito pelo torcedor. Mas da direção eu acho que não. Agora é vida nova e vou me preparar para ser treinador. Só tenho de agradecer a todos os clubes que joguei.
E os planos para a carreira como treinador?
Eu vou me preparar bem até o fim do ano. Vou fazer cursos e devagarzinho começar a procurar estágios para aprender. Começo agora no dia 25 até o dia 30 um curso aqui no Rio Grande do Sul.
Qual foi o melhor treinador que você teve na carreira?
É difícil elencar um, mas três foram marcantes. Geninho, no Goiás, em 2005; Tite, no Palmeiras, em 2006; e em especial o Vagner Mancini, no Atlético. Em 2013 nosso time era muito forte e encaixado. Era um time que quando os adversários vinham jogar contra a gente em casa o empate era lucro. Me lembro do meu gol 100 em Brasileiros [contra o Criciúma, fora de casa, na derrota por 2 a 1] que eu não ia jogar, seria poupado; Falei para o Mancini que queria viajar e ele me escalou. Foi um dos gols mais bonitos que fiz, lá do meio da rua. O Antônio Lopes [coordenador do Atlético na época] fez uma homenagem legal para mim e a torcida do Criciúma me aplaudiu. Até por isso voltei para lá.
Você imaginava chegar com mais de 35 jogando em alto nível?
Não, mas eu me cuido e as coisas foram acontecendo. O futebol mudou muito. Acho que eu, o Alex, Zé Roberto, Juninho Pernambucano, Magno Alves, Alex Dias e outros atletas quebramos essa barreira que tinha antigamente de jogadores acima dos 30 e poucos anos não renderem em alto nível.
Você é alvo de muitas brincadeiras nas redes sociais pelo tempo que atuou como jogador. Isso te incomoda?
Não, se não for ofensivo eu levo na boa. O pessoal brinca bastante no Facebook, tem o pessoal do Desimpedidos que gosta de pegar no meu pé [risos]. Mas eu vejo até como uma forma de reconhecimento do meu trabalho.
No início você era chamado de Paulo César, mas quando você começou a ser chamado de Paulo Baier que sua carreira deslanchou. Por que mudou o nome?
Eu fui para o Criciúma e já tinha outro Paulo César. Então tive que mudar para o Baier, que é meu sobrenome mesmo. Essa história eu sempre brinco: que o Paulo César era meia boca e o Paulo Baier é que era bom.
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